Sábado, dia 09 de fevereiro antes de prepara a homilia para
as missas do VI Domingo do Tempo Comum, logo de manhã, estava lendo algumas
noticias na internet. Uma noticia em especial me chamou a atenção. A ONU
(organização das nações unidas) havia enviado ao vaticano um relatório no qual,
entre outras coisas, pedia à Igreja que fosse mais flexível em seu discurso em
relação a temas como aborto, contracepção, homossexualismo e divórcio.
Logo em seguida, fui ler o Evangelho deste dia. Neste Evangelho
Jesus pedia aos discípulos para serem “sal da terra e luz do mundo”. Isso me
levou a refletir como realmente a Igreja deve permanecer firme em seu
ensinamento, pois se ela deixar de falar e ensinar aquilo que está no Evangelho
de Cristo, ela não vai ser sal nem luz para ninguém; será igual a qualquer
outra instituição que procura se adaptar ao momento ou àquilo que o consenso
social prega e ensina. Se ela relativizar seu ponto de vista, não estará
ensinando nada de novo e não estará sendo uma proposta diferente para os
problemas sociais que o mundo de hoje enfrenta. Se o sal perder o gosto não
serve para mais nada a não ser jogado fora, diz Cristo. Se a Igreja perder o
essencial do sabor do Evangelho ela também não servirá para mais nada.
O diferencial da Igreja é seu ensinamento. Ensinamento que
não é nenhuma imposição a ninguém, mas uma proposta. Segue quem quer. . As leis
e ensinamentos da Igreja são para serem vividos por quem a aceita e segue
livremente acreditando que estão baseados fielmente nas palavras de Cristo e
que, por isso, tem proposta de vida plena. Por isso a Igreja tem o direito de
falar e ensinar livremente a sua doutrina, pois ela não impõe nenhuma lei que
deve ser observada por quem não a segue, embora a Igreja acredite que seu
ensinamento é válido para todo ser humano e lute para que essas leis divinas
sejam aplicadas também no ambiente social.
Aquele que acredita na Igreja, crê que ela, baseada no Evangelho,
tem uma proposta de vida plena, uma proposta que é a resposta para muitos
problemas que o ser humano moderno está enfrentando.
Por isso é fundamental um profundo conhecimento do Evangelho
e da Doutrina Social e Moral da Igreja.
Se você discorda de algo que a Igreja ensina, procure, antes
de criticar, conhecer os dois lados. Nunca se deve fazer um julgamento
unilateral.
Ainda a respeito da reflexão sobre o pedido de sermos “sal
da terra e luz do mundo” fui levado a refletir ainda sobre a aplicação deste
ensinamento de Cristo na vida pessoal do ser humano, pois todos somos chamados
a ser sal e luz para quem convive conosco.
E como é triste ver uma família cujos membros já não são
mais sal e luz; cujos membros já não sentem gosto de estar um na presença do
outro e quando um já não procura iluminar e mostrar um caminho para o outro.
Como é triste ver uma esposa que já não sente prazer com a
presença do esposo, que já não quer sair com o esposo ou dele tem vergonha, ou
que já não tem mais gestos de carinho nem dormem mais no mesmo quarto.
Como é triste ver um esposo que já não sente prazer de,
depois de um dia cansativo de trabalho, voltar para casa para descansar.
Somente encontra problemas e uma esposa que só sabe reclamar de tudo e de
todos. Para este esposo é muito melhor ficar no bar na companhia dos amigos do
que voltar para casa e se sentir desconfortável e não acolhido.
Como é triste ver pais que já não são mais luz para os
filhos; quando são vergonha para eles, quando não conversam, não compreendem,
não ouvem
Como é triste ver filhos que são motivo de desgosto para os
pais, quando os pais choram de desgosto com um amor infinito guardado no
coração e não correspondido. Quando os filhos já não dão mais gosto aos pais,
mas somente desgosto.
É sobre isso que Cristo nos chama a refletir: minha família
tem gosto de estar na minha presença? Estou sendo uma luz para minha família?
Estou amando, compreendendo, escutando, ensinando...? Estou sendo motivo de
desgosto e trevas para alguém?
Que a Palavra de Deus sempre nos estimule a crescer e a
melhorar!
Pe. Gilberto A. Bocon sdP
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