terça-feira, 15 de abril de 2014

NÃO TENHO PENA DE CRISTO... TENHO ORGULHO!!!



Nestes dias da Semana Santa vamos refletir de maneira muito intensa sobre o sofrimento de Cristo.

Quando lemos os relatos da Sua Paixão (sofrimento) ou assistimos a algum filme sobre a Crucificação, temos a tendência de dizer: coitado de Cristo! Que pena! Bem que poderia ter evitado tudo isso e pedido para Pilatos o libertar!

Mas refletindo sobre a profundidade deste gesto de Cristo eu diria que não tenho pena nem dó.

Por que?

Porque Cristo não foi um condenado. Ele não foi obrigado a sofrer e morrer.

Quando Pedro queria defendê-Lo, respondeu: Afasta-te de mim satanás.

O Evangelho nos diz que diante de Pilatos, Jesus não respondeu uma só palavra para se defender.

Por que?

Porque Ele sabia o que estava fazendo.

Sua atitude de silêncio diante das acusações são o maior gesto de soberania e maturidade.
Ele não foi humilhado. Ele humilhou quem o humilhava. Pelo simples gesto de silêncio e soberania.

Ele não se calou porque era fraco; se calou porque era forte.

Os maiores lideres e ditadores da humanidade, diante da perseguição, fugiram ou se esconderam.

Cristo enfrentou de peito aberto!

Nunca nenhum líder fez o que Ele fez!

Isso não me dá pena de Cristo.

Me dá ORGULHO!



Pe. Gilberto A. Boçon sdP.

domingo, 13 de abril de 2014

UMA MISSÃO ASSUMIDA ATÉ O FIM






Neste Domingo de Ramos iniciamos uma semana que, intensamente, nos leva a refletir sobre a paixão, morte e ressurreição de Cristo: a Semana Santa.

Neste dia de Ramos ouvimos no Evangelho que quando Cristo chega a Jerusalém é acolhido e exaltado por pessoas que o aclamam como rei; mas um rei montado num jumento e não em um cavalo majestoso. Um rei que é aclamado por alguns e odiado por outros; aclamado por quem o reconhece como Filho de Deus através de seus gestos de misericórdia, compaixão, amor e cura; odiado por quem se sente desconfortável com a verdade anunciada por Ele.

Mas certamente o que, nestes dias, mais chama a atenção e encanta na figura de Cristo é sua imensa liberdade: Ele caminha consciente e livre para a morte. Poderia ter voltado atrás, pois no momento do seu julgamento, Pilatos o questiona e faz de tudo para libertá-Lo. Mas Ele não responde nem se defende: é soberano e passivo. Por que? Porque para ser libertado deveria negar tudo aquilo que acreditava e havia ensinado. Ele não poderia negar sua missão. Mas mais do que tudo, não volta atrás porque quer dar um verdadeiro testemunho do seu ensinamento.

Cristo não foi mais um pregador; Cristo não foi mais um falastrão. É muito fácil para qualquer pessoa falar coisas bonitas; é muito fácil falar para os outros amarem os inimigos, rezar por quem os odeia, perdoar as ofensas, praticar a caridade até as ultimas consequências, ser o servidor dos irmãos... Mas e viver o que se prega? Nem sempre os pregadores são coerentes. É por isso que vemos muitos contra-testemunhos. Não somos como Cristo; muitas vezes com nossas atitudes negamos o que nossos lábios pronunciam.

Cristo quis ser perfeito testemunho. Pediu para que perdoássemos os inimigos, mas foi Ele quem primeiro deu o exemplo quanto pendurado na Cruz rezou dizendo “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”; pediu para que fossemos servos uns dos outros, mas foi Ele também quem primeiro deu o exemplo quando lavou os pés dos seus discípulos; disse que não existe maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos, mas foi Ele quem deu o primeiro exemplo ao morrer por nós.

É esse testemunho e coerência que deve encantar todo cristão, todo aquele que hoje diz que O segue e gosta das Suas palavras.

É por esse testemunho dado até as últimas consequências que até hoje,  quase dois mil anos depois, suas palavras continuam encantando e conduzindo a vida de inúmeras pessoas!


Que esta Semana Santa possa nos levar a fazer uma profunda experiência do amor de Deus por nós!!!


Pe. Gilberto A. Boçon sdP

quarta-feira, 2 de abril de 2014

POR QUE ACREDITO NA RESSURREIÇÃO?






Caros amigos e amigas, neste mês de Abril celebramos o evento maior da nossa fé: a celebração da morte e ressurreição de Cristo. Sendo este um fato fundamental da nossa fé, de maneira que São Paulo chegou a afirmar que se Cristo não ressuscitou a nossa fé não tem valor, gostaria de perguntar a você caro leitor e leitora: alguma vez você já se questionou sobre os motivos que te levam a acreditar na ressurreição de Jesus?

Se já levantou essa questão, parabéns! Se ainda não, está na hora de se questionar.

Por que? Porque fé não é acreditar sem saber ou entender. Fé não é acreditar em algo só porque alguém me falou; fé não é acreditar em qualquer pregador; fé não é acreditar em qualquer igreja.

Muitas vezes dizemos que São Tomé é um grande exemplo de pessoa sem fé. Mas para mim, ao contrário, São Tomé é o maior exemplo de pessoa de fé. Ele não acreditou só porque alguém falou para ele. Ele queria entender, ele queria ter certeza. Ele não queria entregar a sua vida a uma mentira.

Fé é isso: é questionar até encontrar a razão de acreditar. Você já se perguntou alguma vez porque você é católico e não budista, espirita, muçulmano ou judeu? Se não se perguntou, está na hora de se perguntar. Não podemos ser católicos só porque nossa família é católica ou porque nossos pais nos batizaram.

Devemos ser como São Tomé: querer conhecer para crer e crer para conhecer. Estudar a fé, conhecer, ler, perguntar são coisas fundamentais; não podemos ficar com dúvidas. São Tomé não quis ficar com dúvidas. Jesus disse: você viu e acreditou, mas bem aventurados são aqueles que acreditarem sem terem visto. Notemos: Jesus não disse que são bem-aventurados aqueles que acreditam sem entender e nem disse que Tomé estava errado em querer ver para acreditar.

Tomé quis ter certeza. Você alguma vez quis ter certeza da sua fé?

      Eu acredito na ressurreição mesmo sem ter visto, mas não sem ter entendido. E entendendo que a prova maior de que Cristo venceu a morte é o fato de que o cristianismo continua vivo até hoje. Uma mentira não pode iludir bilhões de pessoas por dois mil anos; acredito porque quando Cristo foi preso e morto, todos os discípulos fugiram com medo, mas depois da ressurreição não tiveram mais medo de nada e foram capazes de morrer por causa daquilo em que acreditavam. Ninguém é capaz de morrer para defender uma mentira. Dos doze apóstolos, (a não ser Judas que traiu Jesus e São João que morreu na prisão com quase 100 anos de idade), dez morreram por afirmarem que Jesus tinha ressuscitado. Isso pode ser uma mentira? Dificilmente. Eis a minha razão de acreditar: a fé da Igreja fundada no testemunho dos apóstolos. Você pode ter a sua razão. Se não tem ainda, procure-a. É essa razão que lhe fará uma pessoa de fé fundada, correta e madura, e não simplesmente simplória, ilusória e infundada.

            Feliz Páscoa a todos!


Pe. Gilberto Antonio Boçon sdP.