Neste Domingo de Ramos iniciamos uma semana que,
intensamente, nos leva a refletir sobre a paixão, morte e ressurreição de
Cristo: a Semana Santa.
Neste dia de Ramos ouvimos no Evangelho que quando Cristo
chega a Jerusalém é acolhido e exaltado por pessoas que o aclamam como rei; mas
um rei montado num jumento e não em um cavalo majestoso. Um rei que é aclamado
por alguns e odiado por outros; aclamado por quem o reconhece como Filho de
Deus através de seus gestos de misericórdia, compaixão, amor e cura; odiado por
quem se sente desconfortável com a verdade anunciada por Ele.
Mas certamente o que, nestes dias, mais chama a atenção e
encanta na figura de Cristo é sua imensa liberdade: Ele caminha consciente e
livre para a morte. Poderia ter voltado atrás, pois no momento do seu
julgamento, Pilatos o questiona e faz de tudo para libertá-Lo. Mas Ele não responde
nem se defende: é soberano e passivo. Por que? Porque para ser libertado
deveria negar tudo aquilo que acreditava e havia ensinado. Ele não poderia
negar sua missão. Mas mais do que tudo, não volta atrás porque quer dar um
verdadeiro testemunho do seu ensinamento.
Cristo não foi mais um pregador; Cristo não foi mais um
falastrão. É muito fácil para qualquer pessoa falar coisas bonitas; é muito fácil
falar para os outros amarem os inimigos, rezar por quem os odeia, perdoar as
ofensas, praticar a caridade até as ultimas consequências, ser o servidor dos irmãos...
Mas e viver o que se prega? Nem sempre os pregadores são coerentes. É por isso
que vemos muitos contra-testemunhos. Não somos como Cristo; muitas vezes com
nossas atitudes negamos o que nossos lábios pronunciam.
Cristo quis ser perfeito testemunho. Pediu para que perdoássemos
os inimigos, mas foi Ele quem primeiro deu o exemplo quanto pendurado na Cruz
rezou dizendo “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”; pediu para que
fossemos servos uns dos outros, mas foi Ele também quem primeiro deu o exemplo
quando lavou os pés dos seus discípulos; disse que não existe maior amor do que
aquele que dá a vida pelos amigos, mas foi Ele quem deu o primeiro exemplo ao
morrer por nós.
É esse testemunho e coerência que deve encantar todo cristão,
todo aquele que hoje diz que O segue e gosta das Suas palavras.
É por esse testemunho dado até as últimas consequências que
até hoje, quase dois mil anos depois,
suas palavras continuam encantando e conduzindo a vida de inúmeras pessoas!
Que esta Semana Santa possa nos levar a fazer uma profunda
experiência do amor de Deus por nós!!!
Pe. Gilberto A. Boçon sdP
Nenhum comentário:
Postar um comentário