sexta-feira, 18 de setembro de 2015

JESUS DORMINDO NA BARCA...

Caros leitores e leitoras

Existem textos na Bíblia que possuem detalhes que vão além da simples narrativa e que nos remetem a uma lição espiritual muito importante; textos que, se pegados ao pé da letra, como simples narrativa de um fato, soam estranhos. Fato típico é o texto de Mc 4,35-41. Observemos:

E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado. E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barcos. E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia. E ele estava na popa, dormindo sobre uma almofada, e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não se te dá que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?

Neste texto vemos os discípulos dentro do barco com Jesus; aconteceu um temporal, as ondas enchem o barco de água e,apesar de tudo isso, Cristo dorme tranquilamente! Como pode? Seria humanamente impossível alguém dormir dentro de um pequeno barco prestes a afundar em meio a uma tempestade!

Para entender devemos perguntar: o que significa o barco? O que significa a tempestade? O que significa o mar? O que significa o fato de Jesus dormir?

Para uma boa leitura e compreensão busquemos entender ainda o que o texto quer dizer em si, o que o texto quer dizer para mim, o que o texto me faz dizer para Deus.

Observando estes passos teremos uma boa compreensão do texto e tiraremos uma bela mensagem para nossa vida!


É isso!

SE ALGUÉM TE FERIR A FACE DIREITA, OFERECE TAMBÉM A ESQUERDA...

Caros leitores e leitoras

            No capítulo 5 do evangelho de Mateus, versículos 39 a 41 encontramos o seguinte ensinamento de Jesus: “Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil.”

            Se lermos estes versículos isoladamente, fora do contexto e sem ligação com outros textos, poderíamos dizer que é um total disparate este ensinamento de Cristo. Mas certamente Cristo não é tolo nem ingênuo; e nem pede isso a nós cristãos! O cristão não é uma ovelha mansa; não é alguém que deve se deixar passar para trás, que não abre a boca e não reclama. É alguém que busca a justiça e sabe que para alcançá-la não precisa se rebaixar à maldade; é alguém soberano diante do mal, sereno ao tomar as decisões e sábio a ponto não se alterar e perder a compostura diante de alguém que age pelos instintos, pela insensatez, pela maldade ou pela ignorância.

            Foi assim que Cristo agiu diante do soldado que lhe deu um soco no rosto. Basta ler o evangelho de João, capítulo 18, versículos 21 a 23: A estas palavras, um dos guardas presentes deu uma bofetada em Jesus, dizendo: É assim que respondes ao sumo sacerdote? Replicou-lhe Jesus: Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, por que me bates?” 

É espetacular a compostura e a serenidade de Jesus diante das calúnias e dos sofrimentos. Ninguém lhe tirava a paz; não se rebaixava diante da injustiça; venceu o mal com o bem.


            Aprendamos com o Mestre!

OS 144.000 QUE SERÃO SALVOS...

Caros leitores e leitoras

Não é raro vermos pessoas que, ao ler trechos isolados da bíblia, fazem afirmações contraditórias com o plano de Deus presente em todo o contexto da sagrada escritura.

Como exemplo, poderíamos usar o tão famoso número 144.000. Segundo algumas crenças, este é o número de pessoas que serão salvas. Afirmam isso porque leem mal este pequeno trecho isolado da palavra de Deus: E ouvi o número dos selados, e eram cento e quarenta e quatro mil selados, de todas as tribos dos filhos de Israel.”(Ap 7, 4).

Leem mal porque não leem a sequencia do texto que se completa com o versículo 9: Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos;”

Fora este fato, devemos ter em conta os seguintes detalhes:

1.      O número 144 000 é um número simbólico: 12x12x1000. Na Bíblia o número 12 representa um povo escolhido (por isso temos as 12 tribos de Israel e os 12 Apóstolos), e o número 1000 representa uma multidão;

2.      Em meio a tantos bilhões de pessoas existentes no mundo (contando as que já passaram por aqui e as que ainda virão), seria ridículo e medíocre colocar limites na misericórdia e no amor de Deus que fecharia as portas do céu até para as melhores pessoas do mundo a partir do momento que tal número ficasse completo;

3.      Afirmar que a pessoa deve pertencer e tal ou tal religião para se salvar é uma atitude extremamente mesquinha, pois o próprio texto lido acima afirma: “uma multidão de todas as nações, tribos, povos e línguas”. Basta ler corretamente o texto!

4.      Se alguém afirmar que devemos mudar de religião para sermos salvos devemos perguntar quantos membros tal igreja possui. Se já ultrapassou os 144.000 devemos dizer: então nem em sua religião todos se salvarão. Porque tenho que mudar se nem lá há garantia de salvação?

Sempre que lemos um texto devemos ficar atentos aos detalhes. Eles nos dizem muito.

É isso!

RESSURREIÇÃO DO FILHO DA VIÚVA...

Sempre que lemos a Bíblia, devemos estar atentos aos pequenos detalhes que, muitas vezes, nos parecem periféricos. Estes detalhes podem nos falar muito. Vejamos o texto de Lc 7, 11-17:

            “No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo. Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade. Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: "Não chores!" E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: "Moço, eu te ordeno, levanta-te". Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe.

            Um detalhe importante aqui é que ninguém pede para Jesus fazer milagre algum (em outros milagres são as pessoas que pedem para Jesus). Simplesmente se diz que Ele ficou “movido de compaixão” (vale ressaltar que a palavra compaixão significa “sentir a dor do outro”).

            Por que Cristo tem compaixão? Este é outro detalhe: aquele era o filho único de uma mulher viúva. Isso se torna importante se levarmos em consideração que naquele tempo as mulheres não podiam trabalhar fora e, não tendo o marido, passavam por dificuldades financeiras muito grandes; ainda mais se não tivessem filhos para a sustentar nem parentes próximos. Talvez, nesse caso, esse rapaz fosse quem sustentava a casa.

            Tendo em conta estes pormenores é que podemos entender porque Jesus, ao morrer na cruz, entrega Nossa Senhora aos cuidados de São João (Jo 19, 26-27: “Mulher, eis o teu filho. Filho, eis tua mãe”). Isso também nos comprova que Maria não teve outros filhos e que era viúva. Se ela tivesse outros filhos e não fosse viúva não haveria necessidade de Jesus confiá-la aos cuidados de João.

            Os detalhes sempre nos dizem muitas coisas e iluminam outros textos bíblicos
            É isso!