Sempre que lemos a
Bíblia, devemos estar atentos aos pequenos detalhes que, muitas vezes, nos
parecem periféricos. Estes detalhes podem nos falar muito. Vejamos o texto de
Lc 7, 11-17:
“No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada
Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo. Ao chegar perto da porta da
cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva;
acompanhava-a muita gente da cidade. Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para
com ela, disse-lhe: "Não chores!" E aproximando-se, tocou no esquife,
e os que o levavam pararam. Disse Jesus: "Moço, eu te ordeno,
levanta-te". Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus
entregou-o à sua mãe.
Um detalhe importante aqui é que ninguém pede para Jesus fazer milagre algum (em outros milagres são as pessoas que pedem para Jesus). Simplesmente se diz que Ele ficou “movido de compaixão” (vale ressaltar que a palavra compaixão significa “sentir a dor do outro”).
Por
que Cristo tem compaixão? Este é outro detalhe: aquele era o filho único de uma
mulher viúva. Isso se torna importante se levarmos em consideração que naquele
tempo as mulheres não podiam trabalhar fora e, não tendo o marido, passavam por
dificuldades financeiras muito grandes; ainda mais se não tivessem filhos para
a sustentar nem parentes próximos. Talvez, nesse caso, esse rapaz fosse quem
sustentava a casa.
Tendo
em conta estes pormenores é que podemos entender porque Jesus, ao morrer na
cruz, entrega Nossa Senhora aos cuidados de São João (Jo 19, 26-27: “Mulher,
eis o teu filho. Filho, eis tua mãe”). Isso também nos comprova que Maria não
teve outros filhos e que era viúva. Se ela tivesse outros filhos e não fosse
viúva não haveria necessidade de Jesus confiá-la aos cuidados de João.
Os
detalhes sempre nos dizem muitas coisas e iluminam outros textos bíblicos
É
isso!
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