terça-feira, 4 de novembro de 2014

SOBRE AS MISSAS DE SÉTIMO DIA




              

              Toda vez que professamos a fé rezando o “Creio” durante a missa, dizemos que acreditamos na “comunhão dos santos”. Isso significa que aqueles que já partiram e estão junto de Deus podem “rogar a Deus por nós”, ou seja, podem apresentar a Deus algum pedido em favor de alguém que ainda está aqui na terra; significa também que aquele que ainda está sobre a terra pode rezar por quem já partiu.

              Nós cristãos temos o costume muito bonito de rezar pelos falecidos, sobretudo apresentando intenções de missas. E uma das formas de oração pelos falecidos mais tradicionais é a missa de sétimo dia.

                Muitas pessoas já me perguntaram por que existe este costume de se celebrar uma missa sete dias depois do falecimento de alguém. Inclusive já vi muitas pessoas ficarem preocupadas quando se completam sete dias de falecimento de um ente querido e não há possibilidade de se celebrar uma missa porque neste dia não há missa na paroquia.

                Como resolver isso? Sempre que me perguntam, respondo que o objetivo de se celebrar o sétimo dia não tem nada de especial em relação ao número sete, pois a missa de sétimo dia surgiu como uma possibilidade de se reunir a família para rezar pelo falecido. Nos tempos em que não existiam telefone e transportes rápidos, muitas pessoas ficavam sabendo do falecimento de alguém somente alguns dias depois do sepultamento. Celebrar uma missa sete dias depois facilitava a possibilidade de pessoas que não puderam vir ao velório por razão de distancia ou de falta de comunicação se reunissem para rezar.

                Portanto, se em algum momento celebrar exatamente no sétimo dia não for possível, não há necessidade de preocupação.

                Há casos em que o sétimo dia cai, por exemplo, em uma quinta-feira. Nesse caso muitas pessoas da família não podem participar por ser um dia de semana. Aconselho, nestes casos, a se celebrar no sábado ou no domingo posterior, mesmo que seja o sexto, oitavo ou nono dia, para que mais pessoas da família se reúnam para rezar juntas, se consolar umas às outras e estar do lado de quem mais está sofrendo.

                O dia exato não importa tanto. O que importa é rezar por quem partiu e reunir a família para sentir a presença de Deus em um momento particularmente doloroso da vida.



Pe. Gilberto Antonio Boçon sdP

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