A primeira grande divergência que existe entre catolicismo e
espiritismo acontece pela compreensão diferente que ambas tem a respeito da
salvação. Nós católicos cremos que Cristo veio a este mundo e morreu para nos
redimir do pecado e nos restituir a graça de Deus conforme nos ensina a carta
de São Paulo aos Efésios: “É pelo sangue
de Jesus Cristo que temos a redenção, a remissão dos pecados, segundo a riqueza
de sua graça que Ele derramou profusamente sobre nós” (Ef 1,7). A doutrina
espírita não acredita nisso. Segundo ela, cada pessoa humana vai reencarnando
até quando não pagar todos os seus pecados. A partir disso poderíamos concluir
que a morte de Cristo na cruz foi inútil. Esta forma de pensar contradiz
radicalmente o que acreditamos a respeito da misericórdia e do perdão de Deus.
Para nós católicos Deus pode perdoar todos os nossos pecados quando estamos
realmente arrependidos, pedimos perdão e fazemos penitência. Para o espiritismo
não existe esta possibilidade, pois cada um deve pagar todos os pecados, uma
vez que toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que
deverá ser paga; se não for paga nesta vida, deverá ser paga nas vidas
seguintes.
Outra divergência fundamental se dá quanto à pessoa de
Jesus: nós católicos cremos que Jesus é verdadeiramente o Filho Unigênito de
Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade; enquanto que a doutrina espírita
nega esta verdade fundamental da fé cristã, afirmando que Cristo foi apenas um
grande “médium” e nada mais.
Concluo aqui apresentando estas duas divergências (lembrando
que existem várias outras) e expressando meu respeito por todas as religiões
que buscam a Deus, embora de formas diferentes. O que quero dizer aqui é que
devemos fazer uma opção; não podemos viver duas doutrinas diferentes ao mesmo
tempo. Portanto, procuremos conhecer melhor a fé que temos para compreender a
grande riqueza que existe em nossa fé católica!
PE. GILBERTO BOÇON SDP
artigo publicado no jornal "Voz dos Paduanos" (Julho 2013)