quinta-feira, 19 de setembro de 2013

EXPERIÊNCIAS QUE NOS FAZEM CRESCER...



Acabamos de viver a Páscoa de Jesus: seu sofrimento, morte e ressurreição. Este momento da nossa fé nos leva a refletir sobre a vida. Vida que inclui felicidade, mas também dor e morte. Realidades que são difíceis de serem assimiladas e aceitas. Por isso, geralmente quando passamos por essas experiências chegamos até a questionar a Deus: “por que sofremos? Por que Ele tira alguém da nossa vida?” Devemos buscar respostas a estas perguntas não na razão humana, mas na razão de Deus.

Outro dia me surpreendi positivamente ao estudar uma pessoa dizer que acha a morte um momento bonito da vida. Certamente não porque goste da morte ou do sofrimento seu ou alheio, mas por compreender que a morte é nosso momento pessoal de encontro com Deus, além de ser o momento no qual encerramos a missão que Deus nos deixou ao nos criar: amar e ser amados. De fato, comentei que nós fomos criados por Deus e para Deus. E é exatamente aqui que está o sentido da morte: somos cidadãos do céu e não da terra. São Paulo dizia, falando da morte, que estamos aqui nesta terra acampados, esperando a morada definitiva.

A dor, as doenças e a morte são partes da vida humana. Por isso não é correto pensar que Deus as envia. As doenças, as dores, a morte fazem parte de um mundo finito e limitado, que não é perfeito. Devemos então aceita-las? Logicamente que não. Devemos buscar a cura e a felicidade! Mas e se a dor e a doença forem inevitáveis? Em minha ainda breve experiência como padre, já vi muitas pessoas se converterem e se tornarem pessoas melhores e pessoas de fé, porque passaram, a partir de experiências negativas, a ver a vida com outros olhos, valorizando cada momento como um momento sagrado, concedido por Deus a nós.

Que cada momento da vida, positivo ou negativo, seja visto por nós como um momento concedido por Deus para nosso crescimento; que Cristo ressuscitado seja sempre a certeza de que a cada dia caminhamos para a vida plena que Deus planejou para nós, vida que não se limita aos momentos que passamos sobre a terra, mas que se completa na vida plena que está reservada para nós junto de Deus.



PE. GILBERTO BOÇON SDP
artigo publicado no jornal "Voz dos Paduanos" (Abril 2013)