sábado, 28 de dezembro de 2013

COM RELIGIÃO NÃO SE BRINCA

Por: Pe. Zezinho




Para nós, crentes em Jesus, o milagre existe. Deus intervém. Mas não quando queremos, nem quando garantimos o dia, a tarde, o lugar e a hora. Aí, já é brincar com Deus. Jesus fez muitos milagres e se negou a fazê-los quando gente maldosa os queria para seus interesses. Deu-se o mesmo com os discípulos. Foram severos contra os aproveitadores da fé.
O milagre é de Deus, dado por meio de quem não se aproveita dele e para quem precisa de verdade. Não é para pregador se exibir anunciando como milagre o que não é, nem foi. Infelizmente muitos fiéis e pregadores se exibiram através dos milagres, que em geral se revelaram falsos. Jesus já prevenira contra esse tipo de gente que brinca com profecias, visões, milagres ou poderes, exibindo seus dotes de taumaturgos, videntes ou exorcistas.
Hoje com a televisão, a tentação ficou maior. Andam expulsando até o demônio da unha encravada. Há muita gente dizendo que viu o que não viu, anunciando visões de aparições que não existiram e milagres que não foram milagres. Um olhar atento mostra que anunciaram depressa demais o milagre por eles realizado, e apareceram no grupo ou na mídia como gente de poder. Depois ou se revela engano, ou embuste. A maioria nunca pediu desculpas. Mas prosseguiram enganando.
Milagre, aparição, revelação é coisa séria. Cuidado com quem diz que Deus lhe falou! Dê um tempo. Saberá se foi verdade.





É CORRETO RECORRER A BENZEDEIRAS?






Nestes dias recebi em meu e-mail uma dúvida de uma a respeito das benzedeiras. Achei muito pertinente a pergunta, pois muitas pessoas vem até nós padres para perguntar: é correto ou não? O que a Igreja diz?

Bem, em primeiro lugar temos que ter claro o seguinte: todo cristão pode benzer. Benzer não é só tarefa do padre. Os pais podem benzer os filhos; os padrinhos podem benzer os afilhados... Enfim, todo cristão pode transmitir uma benção a alguém que lhe pede, da mesma forma que podemos rezar por alguém que nos pede. Aliás, a própria oração é uma forma de benção, pois benzer significa “bem dizer”, ou seja, dizer ou desejar algo de bom para alguém através da oração.

Em segundo lugar, temos que levar em consideração outra coisa muito importante: uma benção para ser realmente “algo de bom para alguém” deve estar baseada em uma fé verdadeira e correta em Deus. Uma “benção” nunca pode estar contaminada por coisas estranhas à fé e à Deus. Se existe invocação de espíritos, invocação do diabo, confiança em sorte, em cartas, em búzios ou em simpatias, esta “benção” está contaminada por superstições e não pela Graça e Poder de Deus. Se você perceber algo de estranho à fé na ação de uma benzedeira, elas devem ser evitadas.

Em terceiro lugar, outra coisa a ser observada é a vida da pessoa que benze: com frequência o dom de cura é dado pelo Espirito Santo a pessoas muito simples, que exercem seu dom com muita humildade transmitindo não somente a cura do corpo, mas também da alma; deve-se observar se a pessoa age em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e se tem uma profunda e correta devoção aos santos e à Igreja; se é pessoa de oração tanto pessoal quanto comunitária, ou seja, se participa da Igreja Católica e dos Sacramentos; se não recorre a espiritismo, macumba, simpatias ou leitura de sorte.

Por fim, uma quarta observação importante: se essa pessoa não cobra nada pelo que faz! O dom de cura é um dom, ou seja, uma graça que a pessoa recebe de Deus; e Deus não cobra nada quando dá esse dom a alguém; portanto, quem abençoa deve fazê-lo com generosidade e gratuidade.
Se você observar esses quatro pontos na ação de uma benzedeira, não há problema algum em receber uma benção.



                                                                                                      Pe. Gilberto Antonio Boçon sdP

sábado, 9 de novembro de 2013

QUANDO OS OUTROS SE CONVERTEM...


Por: Pe. Zezinho


Tenho sobrinhos freqüentando três ou quatro igrejas diferentes porque seus pais fizeram a opção diferente do catolicismo. Alguns e algumas estão voltando, outros permanecem lá, onde formaram a sua fé. Há um ou outro que recentemente foi embora do catolicismo.
Eu sou padre católico, prego para multidões, mas não brinco de dono de almas ou consciências. Quero que meus sobrinhos sejam felizes e tenham com Deus um relacionamento sadio e sincero, mesmo que eu discorde deles. Eles sabem como eu pratico meu catolicismo, sabem como os católicos da família praticam o seu e terão que fazer as suas escolhas praticando também em suas igrejas uma fé serena e sincera.
Pelo menos entre nós não tem havido brigas de fundo religioso, quando nos encontramos há um grande respeito pela fé que cada um seguiu e há uma admiração pelo que há de bom nas igrejas um do outro, embora haja também discordâncias. Mas essas discordâncias nunca nos levaram à discórdia. Acho que podemos dizer que somos uma família ecumênica.
Anos atrás surpreendeu-me uma das minhas sobrinhas, a Adriana, com a afirmação de que estava estudando o catecismo católico e que pretendia torna-se católica e que sua filha, menina ainda, tinha aderido ao catolicismo e queria seguir o catolicismo. Observei-lhe que a sua mãe tinha sido católica e que tornara-se metodista e seu pai era metodista desde sempre. Como ela ficaria com isso? Inteligente que só ela, disse: <
- Da mesma forma que minha mãe lidou com a mudança de religião dela e parece que foi feliz e da mesma forma que meu pai achou que podia conviver com uma pessoa que mudou de religião. Ele terá que aprender a conviver com uma filha que optou por outra igreja e comigo. A consciência é soberana.
De conversa em conversa fiquei sabendo da sua admiração pelos santos católicos porque ela acredita que o sangue de Jesus realmente salva e o céu está cheio de santos. Seu carinho por Maria, a mãe de Jesus, que ela sentia que na Igreja Católica é muito mais citada e valorizada; seu amor pela eucaristia e também o valor que ela dava aos sacramentos e a confissão. Estes e outros motivos a levaram a procurar uma igreja, a preparar-se e a pedir a adesão da Igreja Católica, sabendo dos defeitos e falhas que há na nossa igreja, como sabia dos defeitos e falhas que havia na sua. Seu marido é um sereno adepto do espiritismo. Nem discussões nem crises. Um não força o outro. Nunca a vi falar mal da igreja em que foi formada, como também não ouvi sua mãe falar mal da igreja católica onde fora formada, nem jamais fui desrespeitado por meu excelente cunhado metodista.
Opções nascidas no recôndito da alma costumam ser bem mais serenas. Dificilmente descambam para o fanatismo. Quem muda quer ser mais ele mesmo e não mais do que os outros.
Tenho acompanhado a caminhada da minha sobrinha sem interferir, até porque, por respeito a mim, ela buscou orientação de outro padre. De vez em quando lê minhas matérias e meus artigos e concorda ou discorda, mas está se tornando uma católica cheia de perguntas e de respostas. E eu oro para que suas convicções se fortaleçam, mas não brinco de querer fazer alguém católico do meu jeito. Se ela negasse algum dogma católico, eu teria que explicar-lhe e deixar que decidisse, mas até o momento não a vi fazer isso. Então, fico feliz de ver o seu crescimento, suas dúvidas, suas interrogações. Ela é uma das pessoas que me levou a escrever este livro. Adriana e sua linda filha e seu excelente marido que tem respeito pelo catolicismo, mas tem o seu caminho próprio de espiritualidade.
Esses dias disse com clareza e afeto a um sobrinho que estuda medicina que não iria à sua formatura se soubesse que ele defende a prática do aborto. Fui radical. Ele riu. Sabe que como pessoa e como padre optei pela defesa da vida, sobretudo a mais fragilizada. Não; eu não me considero um iluminista, nem fundamentalista, nem exclusivista, nem excludente. Tenho fé e, se dependesse de mim, gostaria que o mundo inteiro fosse católico, mas não depende de mim. Deus é que é o Senhor das consciências e é ele quem sabe o que espera de cada filho e como chamará e motivará cada um.
Não pretendo usar de nenhum truque para tornar alguém católico. Mas, se uma pessoa quiser se tornar católica, tentarei mostrar-lhe alguns aspectos do catolicismo que me encantam e pelos os quais nele permaneço. Sei que outras pessoas de outras religiões também irão para o céu e que também conhecem Jesus e também têm perguntas e dúvidas como eu.
Sou daqueles que insistem que se pode ver a cachoeira de muitos lados e de muitas colinas e sei que a descrição será sempre diferente, mas podemos todos beber da mesma água, porque se trata da mesma cachoeira. Visão é uma coisa, fé é outra. O telescópio nos Estados Unidos onde eu vi os anéis de Saturno era maravilhoso, poderoso; quando tornei a ver os anéis de Saturno no telescópio, no Brasil achei maravilhoso, poderoso. Eram dois telescópios diferentes, à distância de quase dez mil quilômetros. No entanto, estávamos vendo os mesmos anéis de Saturno com condições atmosféricas diferentes. Continuei convicto de que em todos os telescópios pelos quais olhei para ver as estrelas as visões embora diferentes, mostravam a mesma realidade. As conclusões nossas é que às vezes podem ser outras.

Então, quando alguém que lê a mesma Bíblia que eu leio e conclui diferente, eu respeito; posso até discordar, mas respeito. E, quando ele quer me impor a sua leitura de Bíblia e a sua visão, tiro os meus óculos, ponho nos olhos dele e digo:
-Este é o instrumento pelo qual eu vejo bem. Você consegue ver bem por ele?
Faço, então, entender que meus óculos me ajudam a ver bem, porque servem para a minha miopia. Os dele não servem para a minha, nem os meus para a dele. Então, que ele trate de achar os seus óculos e respeitar os meus, porque eu respeito os dele. Com a Bíblia é a mesma coisa. Não venha brigar comigo por causa de suas versões e traduções, porque eu já li provavelmente os mesmos livros que ele leu e ainda outros; não me venha gritar do lado de lá que eu do lado de cá da minha colina não posso ver direito a cachoeira; eu sei o que estou vendo e, se ele acha que está vendo muito, palmas para ele, mas respeite a minha luneta, a minha colina, os meus óculos, a minha visão e a minha interpretação. E, se nós dois soubéssemos nadar nas águas puras que vêm da cachoeira, seria bom que fôssemos beber juntos da mesma água, bem no centro do rio que ela forma. Aí, veríamos o que é anunciar e beber das águas eternas.
Só porque ele fez uma praia confortável do lado de lá do rio dele isso não significa que suas águas são mais limpas; só porque eu fiz um pequeno dique do lado de cá do rio não significa que as águas do meu dique são mais limpas; são as mesmas águas. Mas ambos podemos sujar o nosso lado das águas; e a pior sujeira que se pode fazer com as águas eternas é alguém apossar-se delas e dizer que só ali é que existe água de primeira qualidade.
Chego a sentir pena de certos pregadores que, para fazer discípulos para Cristo, primeiro os trazem para si, tirando-os dos outros. Vão buscar ouvintes entre os ouvintes dos outros. Ao invés de pregar a fé, a tolerância e o diálogo, pregam uma certeza que ninguém pode ter porque o justo vive da fé; e levam os fiéis das outras igrejas e da sua, mas de outros movimentos, a acreditar que só ali se encontra a graça de Deus
São cristãos de coração muito grande, mas de mente estreita. Fé, para ser boa, não basta ser generosa; também tem que ser inteligente e compassiva, porque, se não o for não conseguirá ser nem mesmo dialogante.
Pe. Zezinho scj


http://www.padrezezinhoscj.com/wallwp/artigos_padre_zezinho/comportamental/quando-os-outros-se-convertem

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A BÍBLIA PROÍBE O USO DE IMAGENS?





Sim, a Bíblia proíbe o uso e a construção de imagens! E condena de uma forma bastante clara! E quem adora imagens está muito errado. Mas já ouvi pessoas dizendo que a Igreja Católica omite e evita falar dos textos que condenam o uso de imagens.  Mas ao menos que eu saiba a Igreja não rasgou as páginas da Bíblia que falam isso. Estas passagens estão lá, tanto na Bíblia dos Evangélicos como na dos Católicos.
Vejamos alguns textos:

Êxodo 20,4-5
Deus disse: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso...”

Jeremias 51,47; cf. Isaías 21,9
“Portanto, eis que vêm dias, em que castigarei as imagens de escultura da Babilônia, toda a sua terra será envergonhada, e todos os seus cairão traspassados no meio dela”

Ezequiel 30,13-19
O Egito, também, foi condenado por sua idolatria: “Assim diz o SENHOR Deus: Também destruirei os ídolos e darei cabo das imagens em Mênfis.... Assim, executarei juízo no Egito, e saberão que eu sou o SENHOR”

 Salmo 134
Os ídolos dos pagãos não passam de prata e ouro, são obras de mãos humanas.Têm boca e não podem falar; têm olhos e não podem ver;têm ouvidos e não podem ouvir. Não há respiração em sua boca.Assemelhem-se a eles todos os que os fizeram, e todos os que neles confiam.

           Êxodo 32,7-11.13-14
O Senhor disse a Moisés: “Vai, desce, porque se corrompeu o povo que tiraste do Egito. Desviaram-se depressa do caminho que lhes prescrevi; fizeram para si um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele e ofereceram-lhe sacrifícios, dizendo: eis, ó Israel, o teu Deus que te tirou do Egito.


Estes textos estão também na Bíblia Católica e a Igreja nunca os escondeu de ninguém. Mas se não me engano, na Bíblia Evangélica também existem textos nos quais Deus manda, ordena, a construção de Imagens e que devem ser lidos e não esquecidos. Vejamos alguns:

(Números 21,8)
“Faze para ti uma serpente ardente e mete-a sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será salvo.”

            (Êxodo 25,18)
Durante a construção da Arca da Aliança, Deus manda construir os querubins: “Farás dois querubins (anjos) de ouro, de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório” .

(Conferir I Reis. 6,23-35 e 7,29).  
Durante a Construção do Templo de Jerusalém, Deus manda, ainda, a Salomão enfeita-lo com imagens de querubins (“Fez no santuário dois querubins de pau de oliveira, que tinham dez côvados de altura”), palmas, flores, bois e leões



Como entender tudo isso? Por um lado Deus condena o uso de imagens e por outro manda construir? Aqui temos que entender estes textos bíblicos dentro do seu contexto histórico e cultural.
Na época em que estes textos foram escritos estamos num contexto de idolatria, ou seja, de religiões chamadas “pagãs” que adoravam imagens como se aquelas imagens fossem seus deuses: um bezerro, um gato, uma águia... Por isso nos textos acima temos referências a lugares e religiões determinadas: Babilônia, Egito, Pagãos...
O uso de imagens feito pelas religiões pagãs e idólatras destes lugares é muito diferente do nosso: para nós as imagens são como fotografias que usamos pra visualizar e assim recordar mais facilmente o testemunho de cristãos que marcaram nossa fé e nos indicam que é possível chegar até Deus. Para estes povos e religiões as imagens eram consideradas deuses. Por isso o profeta Habacuc diz: "Ai daquele que diz ao pau: Acorda, e à pedra muda: Desperta" (Hc 2, 19).

Percebemos com isso que o grande problema não está na construção das imagens ou em ter ou não imagens, mas o grande problema está na forma como se usam as imagens. Para nós católicos as imagens não são amuletos. Para os povos pagão eram como amuletos da sorte. Aqui temos uma diferença muito grande.
Portanto, se algum católico adora imagens ou as usa como amuleto, a sua devoção e fé estão erradas, assemelhando-se ao culto pagão. Deve este, portanto, corrigir sua fé.


Concluo aqui com as palavras do Concílio de Trento que afirma o seguinte: 

As imagens de Jesus Cristo, da Mãe de Deus, e dos outros santos, podem ser adquiridas e conservadas, sobretudo nas Igrejas, e se lhes pode prestar honra e veneração; não porque há nelas qualquer virtude ou qualquer coisa de divino, ou para delas alcançar qualquer auxílio, ou porque se tenha nelas confiança, como os pagãos de outrora, que colocavam a sua esperança nos ídolos, mas, sim, porque o culto que lhes é prestado dirige-se ao original que representam, de modo que nas imagens que possuímos, diante das quais nos descobrimos ou inclinamos a cabeça, nós adoramos Cristo, e veneramos os santos que elas representam”. (Sess XXV)



Pe. Gilberto Antonio Boçon sdP


MARIA TEVE OUTROS FILHOS ALÉM DE JESUS?



A Igreja católica afirma com muita certeza e força que Maria é Virgem; virgem no sentido real da palavra: nunca teve relação sexual.  Por que então a bíblia diz que Jesus teve irmãos? De fato, os textos bíblicos são muito claros:

·         Não é este o carpinteiro (Jesus), filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? (Mc 6,3)

·       Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? (Mt 13, 55-56)

      Falava ainda Jesus à multidão quando sua mãe e seus irmãos chegaram do lado de fora, querendo falar com ele. Alguém lhe disse: "Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo. (Mt 12,46-50)

 

 Tendo em conta estes textos, poderíamos afirmar que a Igreja católica está errada ao afirmar a Virgindade de Maria? Não. Por quê? Porque a concepção virginal de Maria é muito clara:

·         Maria disse ao anjo: como se fará isso, pois eu não conheço homem algum? Respondendo o anjo, disse-lhe: o Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra; por isso mesmo o Santo que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus. (Lc 1, 34-35).

·                    A geração de Jesus Cristo foi deste modo: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, achou-se ter concebido (por obra) do Espírito Santo, antes de coabitarem. José, seu esposo, sendo justo, e não a querendo difamar, resolveu repudiá-la secretamente. (Mt 1, 18-19)

Estes textos mostram-nos claramente que Maria não precisou de uma relação sexual com José para conceber Jesus. Porém, não nos provam que Maria não teve outros filhos depois de dar à luz Jesus.
Para responder a isto temos outro texto que nos dá uma pista muito importante:

·                    Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse à sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa. (Jo 19,26-27).

Este texto nos prova com certeza que Jesus era filho único e Maria era viúva. Se isso não fosse verdade e Maria tivesse outros filhos, não haveria necessidade de Jesus se preocupar com o sustento de sua mãe, pois haveriam outros filhos para cuidar dela. Mas Jesus se preocupa em entregar ela aos cuidados de João porque sabe que ela ficaria sozinha depois da Sua morte.


Mas porque entao a bíblia fala de irmãos de Jesus? Temos duas teorias para explicar isso: 

1. A Bíblia em várias passagens usa a palavra “irmão” para se referir aos parentes próximos. Por exemplo Gn 13, 8: “Disse, pois, Abrão a Lot: Peço-te que não haja contendas entre mim e ti, nem entre os meus pastores e os teus pastores; porque somos irmãos.  Note-se que Lot era sobrinho de Abrão conforme Gn 12, 5: “Levou consigo Sarai, sua mulher, e Lot, filho de seu irmão...”. Outro exemplo podemos tirar de I Crôn 15, 4-10: “E Davi reuniu os filhos de Arão e os levitas: Dos filhos de Coate: Uriel, o chefe, e de seus irmãos cento e vinte. Dos filhos de Merari: Asaías, o chefe, e de seus irmãos duzentos e vinte. Dos filhos de Gérson: Joel, o chefe, e de seus irmãos cento e trinta. Dos filhos de Elizafã: Semaías, o chefe, e de seus irmãos duzentos. Dos filhos de Hebrom: Eliel, o chefe, e de seus irmãos oitenta. Dos filhos de Uziel: Aminadabe, o chefe, e de seus irmãos cento e doze”.

2. Esta outra teoria não tem base bíblica, mas é muito pertinente: acredita-se que estes irmãos de Jesus eram filhos somente de S. José. Provavelmente ele quando casou com Maria já era viúvo e, portanto, tinha filhos de um primeiro casamento. Isso se supõe pelo fato de São José ser um pouco mais velho quando casou com Maria; isso também se supõe pelo fato de, muito provavelmente, ele ter morrido antes da morte de Jesus. Caso contrário Jesus não teria confiado Maria aos cuidados de João aos pés da cruz antes de Sua morte.



  Vimos aqui, portanto, que tudo aquilo que a Igreja Católica afirma a respeito de Maria não é invenção, mas tem base sólida na Sagrada Escritura. E o carinho que a Igreja católica tem por Maria tem sim base bíblica:


·                   Minha alma glorifica o Senhor; e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador. Porque lançou os olhos para a humildade da sua serva; portanto, eis que, de hoje em diante, todas as geraçoes me chamarão bem-aventurada. Porque o Todo-poderoso fez em mim grandes coisas... (Lc 1, 46-49)

A Igreja Católica não inventa coisas sobre a fé. Tudo que ela acredita tem base bíblica. Mas deve-se sempre ter o cuidado de não se interpretar a bíblica isoladamente, ou seja, pequenos textos fora do contexto global, valorizando alguns textos e esquecendo-se de outros, ou usando a bíblia para sustentar alguma teoria fazendo ela dizer aquilo que não quer dizer!

Se há alguma dúvida em relação à fé, procuremos estudar e conhecer. Tudo o que a Igreja Católica ensina está na Bíblia!!!


Pe. Gilberto Antonio Boçon sdP

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

DECÁLOGO DA SERENIDADE



1. Procurarei viver pensando apenas no dia de hoje, exclusivamente neste dia, sem querer resolver todos os problemas da minha vida de uma só vez;

2. Hoje, apenas hoje, procurarei ter o máximo cuidado na minha convivência, cortês nas minhas maneiras, a ninguém criticarei, nem pretenderei melhorar ou corrigir à força ninguém, senão a mim mesmo;

3. Hoje, apenas hoje, serei feliz. Na certeza de que fui criado para a felicidade, não só no outro mundo, mas também já neste;

4. Hoje, apenas hoje, adaptar-me-ei às circunstâncias, sem pretender que sejam todas as circunstâncias a se adaptarem aos meus desejos;

5. Hoje, apenas hoje, dedicarei dez minutos do meu tempo à uma boa leitura, recordando que assim como o alimento é necessário para a vida do corpo, a boa leitura é necessária para a vida da alma;

6. Hoje, apenas hoje, farei uma boa ação, e não direi a ninguém;

7. Hoje, apenas hoje, farei ao menos uma coisa que me custe fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba;

8. Hoje, apenas hoje, executarei um programa pormenorizado. Talvez não o cumpra perfeitamente, mas ao menos o escreverei, e fugirei de dois males, a pressa e a indecisão;

9. Hoje, apenas hoje, acreditarei firmemente, embora as circunstâncias mostrem ao contrário, que a Providência de Deus se ocupa de mim, como se não existisse mais ninguém no mundo;


10. Hoje, apenas hoje, não terei nenhum temor, de modo especial não terei medo de gozar o que é belo, e de crer na bondade.


(Papa João XXIII)

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

MORRERAM EM TI






(...) falo dos que já morreram. Sou dos crentes que acreditam que há bilhões de humanos salvos e no Teu colo infinito. Tiro isso da mesma Bíblia, na qual outros irmãos meus se baseiam para afirmar que quem morreu não vê e não sente, por estar dormindo o longo sono da espera pelo dia da ressurreição final. Como creio no teu Cristo e acho que ele é um Salvador que salva, não creio neste sono. Nossos mortos estão vivos e acordados, no Teu colo infinito que é o céu, vendo tudo o que aqui acontece e intercedendo por nós.


Teu filho atendia imediatamente os que dele necessitavam. Não fazia esperar. Chegava a se antecipar. Antecipou-se à mãe viúva e ao paralítico na piscina. Disse ao ladrão arrependido que naquele mesmo dia ele estaria no paraíso. O paraíso é teu colo de Pai. Não acho que meu Salvador me fará esperar um milhão de anos ou o tempo que este planeta existir para me dar o céu. Há de ser logo com a sua imensa graça de salvador, já que todo o poder lhe foi dado (Jo 13,3)


Teu Santo Livro diz que és propenso à misericórdia, que inclinas o Teu ouvido para nós, que Teu filho foi para ti afim de preparar-nos um lugar, porque na Tua casa há muitos lugares.(Jo 14,2) Sei que haverá um juízo final, mas quem já foi já teve sua trajetória decidida. Os que estiverem vivos aqui é que serão julgados e então se juntarão a quem já está à séculos em ti.


Creio que Teu Filho salvou a sua Mãe e os seus Apóstolos e que eles não estão dormindo nem esperando a chance de ir para o céu. Estão com o Teu Filho que já os salvou definitivamente. ( Jo 14,2) Disse que voltaria para cada um deles. Voltou e os levou, como fez com o ladrão arrependido. No céu não há mortos, porque eles ressuscitaram em virtude do Teu Filho.


Creio firmemente nisso: na salvação que Teu Filho nos trouxe. Por isso falo com os que morreram, peço que orem por mim e dialogo com os teus santos que agora vivem em Ti.

Quando chegar a minha vez, saberei se estava errado ou certo. Agora, eu creio e ensino que o céu tem bilhões de seres humanos salvos. Meu salvador não manda esperar milhões de anos. Meu salvador salva! E salva por que tem poder.





http://www.padrezezinhoscj.com/wallwp/artigos_padre_zezinho/escatologia-do-homem/morreram-em-ti

 

O QUE EU FAÇO SE RECEBER UMA CORRENTE DE ORAÇÃO?



Nestes dias recebi um e-mail de uma pessoa me dizendo que recebeu em sua casa uma corrente de oração. Ela me perguntava se era obrigada a seguir ou não, porque esta corrente fazia ameaças para quem a quebrasse ao não passar  para outra pessoa.

Certamente esta é uma dúvida muito frequente porque é muito comum recebermos este tipo de corrente seja por um papel distribuído a nós por alguém, seja enviado por e-mail ou pelas redes sociais da internet.

A princípio, um corrente de oração não é uma coisa ruim; a própria Palavra de Deus e a Igreja nos convidam a rezar uns pelos outros. Quando acontece uma catástrofe, nos unimos em oração; quando alguém está passando por uma enfermidade ou pela morte, nos unimos em oração. A oração comunitária tem muito poder e faz bem. Assim também quando fazemos uma promessa ou uma novena. Fazemos com espírito de fé e amor a Deus e não como superstição ou ritual mágico.

Fé é diferente de superstição. As bênçãos de Deus são graças, ou seja, coisas gratuitas que Dele recebemos. Com Deus não se negocia; graças não se compram nem com dinheiro nem com rituais mágicos e supersticiosos.

O grande problemas destas correntes é que elas estão contaminadas de superstições e, pior, de ameaças: “se você não passar para frente e quebrar a corrente alguém da sua família vai morrer; você vai ficar pobre, você vai ficar doente, você vai sofrer um acidente; quem quebrou já morreu, quem quebrou já perdeu tudo...”

Podem ter certeza: se uma oração traz ameaças e faz medo não é uma coisa boa porque Deus não ameaça e não castiga; e se não é uma coisa boa não deve ser passada para outras pessoas.

Não tenha medo. Quando receber uma corrente e sentir que não é uma coisa boa e traz ameaças, rasgue, jogue no lixo e não passe para ninguém. Se receber por e-mail, ignore e mande para a lixeira da sua caixa de e-mail.

Pe. Gilberto Antonio Boçon sdP

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

SOBRE AS IMAGENS DE MARIA


Publico aqui um artigo do Pe. Zezinho que, de uma maneira simples e direta, nos fala sobre o uso das imagens; desta forma ele nos indica como nos defender das falsas acusações de que nós, católicos, somos idólatras e adoradores de imagens.






SOBRE AS IMAGENS DE MARIA


Tenho três imagens de Maria no meu estúdio e no meu quarto; uma delas é Fátima, outra é Aparecida e outra que tem o titulo de N. Senhora das Graças.

Vou dizer aos católicos e evangélicos como eu as uso.

De cada dez vezes que as vejo umas quatro ou cinco eu me lembro de pedir a Maria, a quem elas retratam, que lá no céu, junto a seus filhos, ore por mim.

As imagens de Maria me ajudam a pensar nela. Por isso está estrategicamente nos três lugares onde mais fico.

Mas lá também há uma Bíblia e um crucifixo. Faço a mesma coisa quando os vejo.

Para mim aqueles livros, aquele crucifixo e aquelas imagens me ajudam a orar e não me atrapalham em nada porque não sou bobo, nem idólatra. Eu sei o que fazer com as facas na cozinha e sei o que fazer com as imagens. Se usasse mal das facas seria um assassino, se usasse mal das imagens seria idólatra.

Como Deus permitiu e até mandou fazer imagens e só proibiu o uso idolátrico delas, eu tranqüilamente uso imagens como sinais.

Sou um cristão esperto e estudioso. Se era permitido aos israelitas olhar uma serpente para ser sábio no deserto porque haveria de ser proibido olhar um crucifixo ou uma imagem de Maria?

Os israelitas não adoravam aquela cobra de bronze, mas os gestos os aproximavam do Deus que cura.

Eu também não adoro aquelas imagens.

Sim eu tenho imagens.

E sei que não sou idólatra.

Mas sei o que dizer ao irmão que insistir em me acusar de idólatra porque tenho imagens. Direi a ele que calúnia é pecado.

Julgar, condenar e caluniar um irmão leva para o inferno. Está lá na Bíblia que ele usou contra mim. Pena que não leu tudo. Porque se tivesse lido direito descobriria que é permitido e até aconselhado ter imagens, desde que a gente não as adore!
PE. ZEZINHO SCJ.



http://www.padrezezinhoscj.com/wallwp/artigos_padre_zezinho/mariologia/sobre-as-imagens-de-maria

POR QUE PEDIR A INTERCESSÃO DE MARIA?


Aproveitando este mês de outubro durante o qual celebramos o dia da Padroeira do Brasil, gostaria de refletir um pouco com vocês sobre o papel intercessor de Maria. Isso porque várias pessoas já me perguntaram o seguinte: “Padre, se o único intercessor junto a Deus é Jesus, porque temos que pedir a intercessão de Maria ou de algum santo?”

Para responder a isso temos que ter claro o seguinte: a Igreja diz que podemos pedir a intercessão de Maria e não que temos que pedir. Eu posso perfeitamente, como católico, rezar diretamente a Deus sem precisar da intercessão de Maria ou de algum santo. Então porque pedir a intercessão? Vamos entender o seguinte: muitas pessoas vêm até nós padres pedir orações. E quando me pedem, eu rezo. Por acaso isso não é uma oração de intercessão? Quantas vezes os filhos pedem a benção dos pais. Isso não é intercessão? Quando encontramos um amigo e pedimos: “reze por mim porque estou precisando de uma graça”; isso não é intercessão? Diz uma canção do Pe. Zezinho: “Se podemos rezar pelos outros, a mãe de Jesus pode mais”. Ou será que nós temos mais poder do que Maria? Ela que está junto a Jesus lá no céu, não pode pedir a Jesus que realize aquilo que estamos pedindo a ela? Se eu quero pedir diretamente a Jesus, ótimo. Mas se quero pedir que Maria peça por mim, porque não posso? Se aceito a oração de amigos, de padres, de pastores, de pais, porque não aceitaria a oração de Maria uma vez que ela está lá no céu mais perto de Deus?

Esta forma de viver a nossa fé não agride de forma alguma o poder de Deus, até porque nem Maria nem nenhum santo tem o poder de fazer milagres; eles simplesmente têm o poder de pedir para que Deus realize um milagre por quem pede sua ajuda e sua intercessão.

Esta é a forma correta e sadia de viver a fé e a devoção a Maria. Se por acaso existe algum católico que coloca Maria acima de Jesus ele está errado e deve corrigir sua devoção.



PE. GILBERTO BOÇON SDP

artigo publicado no jornal "Voz dos Paduanos" (Outubro 2013)

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

JESUS NASCEU NO DIA 25 DE DEZEMBRO?


Acabamos de celebrar o dia 25 de dezembro, dia em que comemoramos o nascimento de Cristo. Mas afinal, foi neste dia realmente que Jesus nasceu? Onde está escrito? Na Bíblia encontramos alguma referencia ao dia e mês do seu nascimento?



Em primeiro lugar, temos que considerar que a Bíblia não nos fala nada a respeito da data do nascimento de Jesus: nem dia, nem mês e nem ano. Outra coisa que se deve levar em conta é que naquela época não se tinha o costume de registrar os nascimentos. Portanto não existe nenhum documento que fale qual a data do nascimento de Cristo.

Por que então se celebra neste dia? A história é um pouco longa, mas vou tentar resumir. No início do Cristianismo, logo após a morte e ressurreição de Jesus, os primeiros cristãos não se importavam tanto em saber qual a data do seu nascimento; o mais importante para eles era a celebração da Páscoa, porque era o dia da Ressurreição de Jesus. Evento tão importante que era recordado semanalmente todo Domingo, como o Dia do Senhor. Somente com o passar dos anos é que sentiu-se a necessidade de procurar saber quando Jesus tinha nascido. Como não se tinha nenhuma referência, procurou-se estabelecer uma data provável, mas não havia consenso, ou seja, alguns celebravam em uma data, outros em outra...

Com o passar dos tempos, lá pelo século IV, o cristianismo foi crescendo e se tornando a religião oficial do Império Romano que até então praticava a religião pagã de culto aos ídolos. Existia dentro deste religião romana um dia dedicado ao “Nascimento do Sol”, uma festa chamada “Dies Natalis Solis Invicti” (dia do nascimento do sol invencível) que se comemorava no dia 25 de dezembro. Como a religião pagã estava sendo substituída pelo cristianismo, os cristãos pensaram então: por que não substituir esta festa dando a ela um sentido cristão? E passaram a partir deste momento a celebrar o nascimento de Cristo neste dia.

Diante disso poderíamos nos perguntar: esta é, então, uma data falsa? De fato, ela não corresponde realmente ao nascimento de Cristo. Mas se Cristo nasceu no dia 25 de dezembro ou em outro dia, o que isso vai mudar em nossa fé? O que realmente importa e é fundamental para a nossa fé é a grande verdade da Sua encarnação que é um dos dogmas principais da nossa fé e um fato relatado pelos Evangelhos e inegável do ponto de vista histórico!




PE. GILBERTO BOÇON SDP
artigo publicado no jornal "Voz dos Paduanos" (Janeiro 2013)

EXPERIÊNCIAS QUE NOS FAZEM CRESCER...



Acabamos de viver a Páscoa de Jesus: seu sofrimento, morte e ressurreição. Este momento da nossa fé nos leva a refletir sobre a vida. Vida que inclui felicidade, mas também dor e morte. Realidades que são difíceis de serem assimiladas e aceitas. Por isso, geralmente quando passamos por essas experiências chegamos até a questionar a Deus: “por que sofremos? Por que Ele tira alguém da nossa vida?” Devemos buscar respostas a estas perguntas não na razão humana, mas na razão de Deus.

Outro dia me surpreendi positivamente ao estudar uma pessoa dizer que acha a morte um momento bonito da vida. Certamente não porque goste da morte ou do sofrimento seu ou alheio, mas por compreender que a morte é nosso momento pessoal de encontro com Deus, além de ser o momento no qual encerramos a missão que Deus nos deixou ao nos criar: amar e ser amados. De fato, comentei que nós fomos criados por Deus e para Deus. E é exatamente aqui que está o sentido da morte: somos cidadãos do céu e não da terra. São Paulo dizia, falando da morte, que estamos aqui nesta terra acampados, esperando a morada definitiva.

A dor, as doenças e a morte são partes da vida humana. Por isso não é correto pensar que Deus as envia. As doenças, as dores, a morte fazem parte de um mundo finito e limitado, que não é perfeito. Devemos então aceita-las? Logicamente que não. Devemos buscar a cura e a felicidade! Mas e se a dor e a doença forem inevitáveis? Em minha ainda breve experiência como padre, já vi muitas pessoas se converterem e se tornarem pessoas melhores e pessoas de fé, porque passaram, a partir de experiências negativas, a ver a vida com outros olhos, valorizando cada momento como um momento sagrado, concedido por Deus a nós.

Que cada momento da vida, positivo ou negativo, seja visto por nós como um momento concedido por Deus para nosso crescimento; que Cristo ressuscitado seja sempre a certeza de que a cada dia caminhamos para a vida plena que Deus planejou para nós, vida que não se limita aos momentos que passamos sobre a terra, mas que se completa na vida plena que está reservada para nós junto de Deus.



PE. GILBERTO BOÇON SDP
artigo publicado no jornal "Voz dos Paduanos" (Abril 2013)

NOSSA DEVOÇÃO À MÃE DE JESUS


Estamos iniciando mais um mês de maio, mês no qual homenageamos nossas mães e a mãe de todas as mães, Maria, que é também Mãe de Deus, Mãe da Igreja, Mãe de todos nós.

Durante todo este mês haverá em nossas celebrações a “Coroação de Nossa Senhora”; este gesto realizado por crianças de nossa Paróquia representa o reconhecimento de que Maria é, além de nossa Mãe, nossa Rainha, porque é a Mãe de Cristo, que é nosso Rei.

Mãe, Rainha, Nossa Senhora, de Lourdes, de Fátima, Aparecida, Imaculada... Todos os títulos que damos a esta mesma e única Mulher fundamental na História da Salvação, pois foi Ela a pessoa escolhida por Deus para dar à Luz o Salvador.

Mas tendo em vista a tamanha consideração e fé que todos nós católicos temos por esta Mulher nos perguntamos: qual é seu papel na Igreja? Em primeiro lugar orientar-nos para Cristo. Podemos olhar todas as passagens as Sagrada Escritura: em nenhum momento Maria chama a atenção para si; desde o início da Igreja, Ela foi considerada a “primeira cristã”, a “primeira discípula”, pois aceitou Cristo antes de qualquer outra pessoa ao assumir ser sua Mãe; nos momentos mais críticos e injustos da história da humanidade, Maria “apareceu” e deixou mensagens que sempre orientaram as pessoas à oração e a conversão à Cristo e ao Evangelho.

Em segundo lugar, o papel de Maria é rogar por nós. Rogar significa “pedir com insistência e humildade”. E é isso que ela faz por nós junto de Deus quando pedimos algo a Ela. Há uma canção do Pe. Zezinho que diz: “se podemos orar pelos outros, a Mãe de Jesus pode mais...”. E esta fé no poder de Maria de interceder por nós junto a Jesus não é sem justificativa; quantas graças recebemos de Deus a pedido Dela! Basta ir ao santuário de Aparecida para comprovar isso!

Que Maria continue sempre orando e intercedendo por nós junto a Deus, sobretudo por seus filhos que estão afastados do caminho proposto por seu Filho Jesus! E que nosso carinho e devoção por Ela aumentem a cada dia nossa fé em Cristo e nosso compromisso com Sua Igreja!



PE. GILBERTO BOÇON SDP
artigo publicado no jornal "Voz dos Paduanos" (Maio 2013)