Ao estudar a Sagrada Escritura
devemos sempre procurar evitar todo tipo de ignorância cultural e bíblica.
Sempre, para entender a Bíblia, devemos compreender que ela foi escrita em um
contexto social, cultural e religioso diferente do nosso.
Caso
típico é a interpretação equivocada feita por alguns a respeito da proibição
bíblica do uso de imagens.
De
fato, encontramos na Sagrada Escritura textos muito claros que proíbem o uso de
imagens, como por exemplo:
·
Salmo 134: “Os ídolos dos pagãos não
passam de prata e ouro, são obras de mãos humanas. Têm boca e não podem falar;
têm olhos e não podem ver; têm ouvidos e não podem ouvir”;
·
Êxodo 20,4-5: “Deus disse: “Não farás para ti imagem de escultura, nem
semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas
águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o
SENHOR, teu Deus, Deus zeloso”
Mas também encontramos textos onde Deus manda construir imagens:
·
Êxodo 25,18: “Farás dois
querubins de ouro, de ouro batido os farás, nas duas extremidades do
propiciatório”;
·
Conferir I Reis. 6,23-35 e 7,29: textos onde Deus manda o
rei Salomão enfeitar o Templo de Jerusalém com imagens de Querubins (anjos),
palmas, flores, bois e leões.
Como
podemos entender esta aparente contradição? Devemos perceber que estes
textos do Antigo Testamento foram escritos num contexto de paganismo, ou seja,
de religiões “idolátricas” que adoravam imagens como se aquelas imagens fossem
seus deuses: um bezerro, um gato, uma águia... Basta lembrarmos os “deuses” das
civilizações romanas, gregas e egípcias.
O uso de
imagens feito pelas religiões pagãs é diferente do nosso: para nós as imagens
são como fotografias que usamos pra visualizar e assim recordar mais facilmente
o testemunho de cristãos que marcaram nossa fé e nos indicam que é possível
chegar até Deus; para eles, a imagem, a estátua, é o seu deus e não algo que representa visualmente
a Deus.
Um pouco
de conhecimento cultural e histórico sempre ajuda muito!
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