quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

PARA LER BEM A BÍBLIA II


            Caros leitores, estamos em Dezembro, mês no qual refletimos sobre o Natal do Senhor.

            Cremos que Maria concebeu a Jesus por obra do Espirito Santo e que, portanto, não precisou de uma relação sexual para ficar grávida; e por ter sido agraciada por Deus, permaneceu virgem e não teve mais filhos. É isso que nos ensina nossa fé.

            Mas por que então Mateus 12,46 afirma: “Falava Jesus à multidão quando sua mãe e seus irmãos chegaram do lado de fora, querendo falar com ele". ?

            Como compreender isso uma vez que acreditamos na Virgindade de Maria?
            
               Para entender devemos ter presente duas coisas:

           1. A língua falada por Jesus, o hebraico, usava a mesma palavra “irmãos” para se referir aos parentes mais próximos, como os primos. Portanto os chamados “irmãos de Jesus” eram provavelmente seus primos;

           2.  Há também a hipótese segundo a qual estes ‘irmãos’ de Jesus eram filhos somente de S. José, pois, provavelmente, quando ele se casou com Maria já era viúvo. Isso se supõe pelo fato de São José ser um pouco mais velho quando casou com Maria e pelo fato de, muito provavelmente, ter morrido antes da morte de Jesus;

            Há também um fato muito significativo sobre isso: a passagem de Jo 19,26-27 que diz Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse à sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa”.

             Este texto nos mostra claramente que Jesus era filho único e Maria era viúva. Se isso não fosse verdade não haveria necessidade de Jesus se preocupar com o sustento de sua mãe, pois haveriam outros filhos para cuidar dela. Mas Jesus se preocupa em entregá-la aos cuidados de João porque sabe que ela ficaria sozinha depois da Sua morte.

            É isso.


            Um Feliz Natal a todos!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

PARA LER BEM A BÍBLIA I




Certamente você algum dia já leu algum texto da Bíblia e não entendeu ou achou estranho, não é?

Não se preocupe. Isso acontece porque a Bíblia foi escrita em um contexto histórico e cultural totalmente diferente do nosso. Portanto, para compreender melhor alguns textos, precisamos entender a época em que foi escrito. Este é o caso dos seguintes textos.

Lucas 14,26: “Se alguém vem a mim e não se desapega de seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo...”

Lucas 12,51-53: Julgais que vim trazer paz à terra? Não, digo-vos, mas separação. Pois de ora em diante haverá numa mesma casa cinco pessoas divididas, três contra duas, e duas contra três; estarão divididos: o pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra”.

Como entender? Este evangelho foi escrito num período de transição do Judaísmo para o Cristianismo. Era a nova proposta de Cristo sendo anunciada dentro do judaísmo (“vinho novo em odres velhos”). Dentro deste contexto, quando um membro da família decidia se tornar cristão, geralmente acontecia um conflito familiar, porque a família judia não admitia alguém deixar sua religião e sua tradição para mudar para outra religião. Por isso muitas pessoas, para não desgostar os pais ou a família, decidiam não aceitar a Boa Nova de Cristo para não provocar um mal-estar familiar. É por isso que Jesus dirige aos discípulos este conselho: quem quer ser cristão deve se desapegar da opinião familiar e seguir a sua consciência, independentemente das criticas de membros da família que querem continuar judeus.

                Sempre que tiver alguma dúvida não deixe de consultar a nota de rodapé de sua bíblia. Ou envie uma pergunta para gilbertosdp@hotmail.com e ela será esclarecida na próxima edição do nosso jornal!      
   
                É isso!

Pe. Gilberto Antonio Boçon sdP.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

COMO INTERPRETAR CORRETAMENTE A BÍBLIA


           
            Caros amigos e amigas leitores, a Bíblia é um livro de referência para nós cristãos. Um livro que deve nos orientar em todas as nossas escolhas e opções. Mas é também um livro que, se mal interpretado, pode levar as pessoas a viver aquilo que ela não quer dizer.

            O que devemos fazer para bem interpretar a Bíblia? Em primeiro lugar devemos considerar que ela foi escrita em uma língua, cultura e tempo diferentes do qual nós vivemos. Portanto, existem na Bíblia palavras e expressões cujo sentido dado pelo autor são diferentes do sentido que costumamos dar. Por isso, para interpretar autenticamente a Bíblia deve-se procurar o sentido exato que o autor bíblico deu aos termos.

            Outra coisa importante a ser levada em conta é que o verdadeiro sentido da Escritura, a Verdade Salvífica, muitas vezes deve ser procurada no contexto, no conjunto total e não isoladamente em palavras ou expressões.

            Sabemos também que a Bíblia não é um livro único. Ela contém 73 livros que foram escritos por diferentes autores, em épocas diferentes e em gêneros literários diferentes. A Bíblia toda demorou cerca de mil anos para ser escrita; foi escrita em forma de leis, narrações, cartas, poesias, profecias, apocalipses, história, geografia... e conta mais ou menos 1800 anos de história.

            Tudo isso nos prova o conteúdo variado que encontramos nela. Portanto, o cuidado que devemos ter ao interpretá-la é o de entender o contexto histórico que está por trás do livro escrito, a cultura que envolve a narrativa, a época em que foi escrito, por quem e para quem foi escrito e qual o gênero literário presente na narrativa. Nunca confundamos os gêneros literários interpretando uma linguagem poética ou apocalíptica como se fosse uma história real.

            Uma dica importante. Sempre que tiver uma dúvida sobre um texto, procure um bom comentário que pode estar presente em uma nota de rodapé da sua própria bíblia.

            Mas mais do que tudo, não pense que se você acha difícil é melhor não lê-la. À medida que nos familiarizamos com ela, vamos interligando idéias e compreendendo melhor. Uma boa homilia de uma missa é também uma boa oportunidade para compreender melhor um texto.


           Pe. Gilberto Antonio Boçon sdP.

SOBRE AS MISSAS DE SÉTIMO DIA




              

              Toda vez que professamos a fé rezando o “Creio” durante a missa, dizemos que acreditamos na “comunhão dos santos”. Isso significa que aqueles que já partiram e estão junto de Deus podem “rogar a Deus por nós”, ou seja, podem apresentar a Deus algum pedido em favor de alguém que ainda está aqui na terra; significa também que aquele que ainda está sobre a terra pode rezar por quem já partiu.

              Nós cristãos temos o costume muito bonito de rezar pelos falecidos, sobretudo apresentando intenções de missas. E uma das formas de oração pelos falecidos mais tradicionais é a missa de sétimo dia.

                Muitas pessoas já me perguntaram por que existe este costume de se celebrar uma missa sete dias depois do falecimento de alguém. Inclusive já vi muitas pessoas ficarem preocupadas quando se completam sete dias de falecimento de um ente querido e não há possibilidade de se celebrar uma missa porque neste dia não há missa na paroquia.

                Como resolver isso? Sempre que me perguntam, respondo que o objetivo de se celebrar o sétimo dia não tem nada de especial em relação ao número sete, pois a missa de sétimo dia surgiu como uma possibilidade de se reunir a família para rezar pelo falecido. Nos tempos em que não existiam telefone e transportes rápidos, muitas pessoas ficavam sabendo do falecimento de alguém somente alguns dias depois do sepultamento. Celebrar uma missa sete dias depois facilitava a possibilidade de pessoas que não puderam vir ao velório por razão de distancia ou de falta de comunicação se reunissem para rezar.

                Portanto, se em algum momento celebrar exatamente no sétimo dia não for possível, não há necessidade de preocupação.

                Há casos em que o sétimo dia cai, por exemplo, em uma quinta-feira. Nesse caso muitas pessoas da família não podem participar por ser um dia de semana. Aconselho, nestes casos, a se celebrar no sábado ou no domingo posterior, mesmo que seja o sexto, oitavo ou nono dia, para que mais pessoas da família se reúnam para rezar juntas, se consolar umas às outras e estar do lado de quem mais está sofrendo.

                O dia exato não importa tanto. O que importa é rezar por quem partiu e reunir a família para sentir a presença de Deus em um momento particularmente doloroso da vida.



Pe. Gilberto Antonio Boçon sdP

PERDOAR E SER PERDOADO




            Caros leitores, toda vez que rezamos a oração do “Pai Nosso”, pedimos a Deus: “perdoai as nossas ofensas ASSIM como nós perdoamos a quem nos ofendeu”.  Em outras palavras, pedimos a Deus para não nos perdoar se nós não perdoamos. É uma palavra muito forte que proferimos em nossas orações cotidianas. Por isso percebemos a necessidade de perdoar e pedir perdão.
            Pedir perdão e perdoar não são para nós humilhações. Na verdade, são a maior proposta de liberdade que Deus nos oferece. Você já notou o que acontece quando você não perdoa? Você continua sofrendo apesar da ofensa já ter ficado no passado. É um sofrimento inútil e pesado, carregado atoa. Em outras palavras, você se torna escravo desse sentimento negativo que não te deixa em paz. Ao contrário, o perdão liberta e deixa um sentimento de paz; te torna superior ao mal e é sinal de maturidade.
            Outra coisa importante a ser levado em conta é que perdão não significa esquecimento. Não esquecer não significa não perdoar, pois ninguém tem a capacidade de deletar pensamentos passados. Eu perdoo quando sou capaz de rezar pelo outro. E rezar por quem ofendeu é pedir a Deus que a pessoa mude e nunca mais realize o mal; é pedir que a pessoa pague o que for justo e não mais do que o justo; é acabar com o mal pela raiz e sentir a paz de ser livre de qualquer sentimento negativo que oprime, faz sofrer e escraviza.

            
Pe. Gilberto Antonio Boçon sdP

quinta-feira, 5 de junho de 2014

NOSSA VIDA ESTÁ ESCRITA NAS MÃOS DE DEUS?






           Caros leitores, gostaria de refletir com vocês neste mês de Junho sobre esta pergunta enviada ao meu email:Quando fomos concebidos, lá no ventre materno, ou quando nascemos, Deus já fez a nossa certidão de óbito?

            Esta pergunta está ligada a outras afirmações muito comuns: “morreu porque chegou sua hora”; “quando é a hora, não tem como escapar”, “nasceu para ser rico”, “nasceu para ser pobre”, entre outras que fazemos diante de fatos da vida. É até por isso que muitas pessoas recorrem a leituras de cartas, mãos, sorte, tarô e horóscopos.

            Questões e atitudes como estas demonstram que imaginamos o seguinte: o ser humano está destinado a fazer tudo aquilo “que está escrito”; a pessoa humana seria e faria somente aquilo que Deus já predestinou a ela; se a pessoa fosse destinada por Deus a ser pobre, não adiantaria fazer nada porque nunca seria rica; se fosse para morrer naquele dia, não teria como escapar porque tudo estaria escrito por Deus.

            Mas espera aí! E a liberdade humana? Será que a pessoa não pode fazer escolhas na vida? Será que a pessoa não é livre para fazer nada? Será que tudo está escrito?

            Vamos imaginar o seguinte: uma pessoa fica doente. Se Deus já escreveu toda a história desta pessoa, Ele escreveu e inseriu na vida dela a doença antes mesmo dela nascer. Mas que Deus é esse que escreve uma história de sofrimento para uma pessoa? E uma pessoa que morre em um acidente: que Deus é esse que escreve a história de vida de uma pessoa de maneira tão trágica?

            Se assim fosse, não teríamos escolha nem para ir para o céu ou inferno. Tudo estaria escrito.

            Deus seria tão mau assim? É esse o Deus apresentado a nós por Jesus Cristo? Não, não é esse o Deus de Jesus Cristo. Não é esse o Deus em que acreditamos. Deus não escreve nossa certidão de óbito em momento algum. Nosso Deus é um Deus de amor e misericórdia que nos sustenta e ampara em nossas dores e sofrimentos

            Nossa vida é livre: quem não cuida da sua saúde ou arrisca sua vida não pode culpar a Deus dizendo que aquilo estava prescrito. Nossa vida é frágil: em algum momento pode acontecer um acidente ou uma doença conosco.


            Isso não é predestinação de Deus, pois Ele respeita as leis da natureza criada por Ele!


Pe. Gilberto A. Boçon sdP

terça-feira, 15 de abril de 2014

NÃO TENHO PENA DE CRISTO... TENHO ORGULHO!!!



Nestes dias da Semana Santa vamos refletir de maneira muito intensa sobre o sofrimento de Cristo.

Quando lemos os relatos da Sua Paixão (sofrimento) ou assistimos a algum filme sobre a Crucificação, temos a tendência de dizer: coitado de Cristo! Que pena! Bem que poderia ter evitado tudo isso e pedido para Pilatos o libertar!

Mas refletindo sobre a profundidade deste gesto de Cristo eu diria que não tenho pena nem dó.

Por que?

Porque Cristo não foi um condenado. Ele não foi obrigado a sofrer e morrer.

Quando Pedro queria defendê-Lo, respondeu: Afasta-te de mim satanás.

O Evangelho nos diz que diante de Pilatos, Jesus não respondeu uma só palavra para se defender.

Por que?

Porque Ele sabia o que estava fazendo.

Sua atitude de silêncio diante das acusações são o maior gesto de soberania e maturidade.
Ele não foi humilhado. Ele humilhou quem o humilhava. Pelo simples gesto de silêncio e soberania.

Ele não se calou porque era fraco; se calou porque era forte.

Os maiores lideres e ditadores da humanidade, diante da perseguição, fugiram ou se esconderam.

Cristo enfrentou de peito aberto!

Nunca nenhum líder fez o que Ele fez!

Isso não me dá pena de Cristo.

Me dá ORGULHO!



Pe. Gilberto A. Boçon sdP.

domingo, 13 de abril de 2014

UMA MISSÃO ASSUMIDA ATÉ O FIM






Neste Domingo de Ramos iniciamos uma semana que, intensamente, nos leva a refletir sobre a paixão, morte e ressurreição de Cristo: a Semana Santa.

Neste dia de Ramos ouvimos no Evangelho que quando Cristo chega a Jerusalém é acolhido e exaltado por pessoas que o aclamam como rei; mas um rei montado num jumento e não em um cavalo majestoso. Um rei que é aclamado por alguns e odiado por outros; aclamado por quem o reconhece como Filho de Deus através de seus gestos de misericórdia, compaixão, amor e cura; odiado por quem se sente desconfortável com a verdade anunciada por Ele.

Mas certamente o que, nestes dias, mais chama a atenção e encanta na figura de Cristo é sua imensa liberdade: Ele caminha consciente e livre para a morte. Poderia ter voltado atrás, pois no momento do seu julgamento, Pilatos o questiona e faz de tudo para libertá-Lo. Mas Ele não responde nem se defende: é soberano e passivo. Por que? Porque para ser libertado deveria negar tudo aquilo que acreditava e havia ensinado. Ele não poderia negar sua missão. Mas mais do que tudo, não volta atrás porque quer dar um verdadeiro testemunho do seu ensinamento.

Cristo não foi mais um pregador; Cristo não foi mais um falastrão. É muito fácil para qualquer pessoa falar coisas bonitas; é muito fácil falar para os outros amarem os inimigos, rezar por quem os odeia, perdoar as ofensas, praticar a caridade até as ultimas consequências, ser o servidor dos irmãos... Mas e viver o que se prega? Nem sempre os pregadores são coerentes. É por isso que vemos muitos contra-testemunhos. Não somos como Cristo; muitas vezes com nossas atitudes negamos o que nossos lábios pronunciam.

Cristo quis ser perfeito testemunho. Pediu para que perdoássemos os inimigos, mas foi Ele quem primeiro deu o exemplo quanto pendurado na Cruz rezou dizendo “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”; pediu para que fossemos servos uns dos outros, mas foi Ele também quem primeiro deu o exemplo quando lavou os pés dos seus discípulos; disse que não existe maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos, mas foi Ele quem deu o primeiro exemplo ao morrer por nós.

É esse testemunho e coerência que deve encantar todo cristão, todo aquele que hoje diz que O segue e gosta das Suas palavras.

É por esse testemunho dado até as últimas consequências que até hoje,  quase dois mil anos depois, suas palavras continuam encantando e conduzindo a vida de inúmeras pessoas!


Que esta Semana Santa possa nos levar a fazer uma profunda experiência do amor de Deus por nós!!!


Pe. Gilberto A. Boçon sdP

quarta-feira, 2 de abril de 2014

POR QUE ACREDITO NA RESSURREIÇÃO?






Caros amigos e amigas, neste mês de Abril celebramos o evento maior da nossa fé: a celebração da morte e ressurreição de Cristo. Sendo este um fato fundamental da nossa fé, de maneira que São Paulo chegou a afirmar que se Cristo não ressuscitou a nossa fé não tem valor, gostaria de perguntar a você caro leitor e leitora: alguma vez você já se questionou sobre os motivos que te levam a acreditar na ressurreição de Jesus?

Se já levantou essa questão, parabéns! Se ainda não, está na hora de se questionar.

Por que? Porque fé não é acreditar sem saber ou entender. Fé não é acreditar em algo só porque alguém me falou; fé não é acreditar em qualquer pregador; fé não é acreditar em qualquer igreja.

Muitas vezes dizemos que São Tomé é um grande exemplo de pessoa sem fé. Mas para mim, ao contrário, São Tomé é o maior exemplo de pessoa de fé. Ele não acreditou só porque alguém falou para ele. Ele queria entender, ele queria ter certeza. Ele não queria entregar a sua vida a uma mentira.

Fé é isso: é questionar até encontrar a razão de acreditar. Você já se perguntou alguma vez porque você é católico e não budista, espirita, muçulmano ou judeu? Se não se perguntou, está na hora de se perguntar. Não podemos ser católicos só porque nossa família é católica ou porque nossos pais nos batizaram.

Devemos ser como São Tomé: querer conhecer para crer e crer para conhecer. Estudar a fé, conhecer, ler, perguntar são coisas fundamentais; não podemos ficar com dúvidas. São Tomé não quis ficar com dúvidas. Jesus disse: você viu e acreditou, mas bem aventurados são aqueles que acreditarem sem terem visto. Notemos: Jesus não disse que são bem-aventurados aqueles que acreditam sem entender e nem disse que Tomé estava errado em querer ver para acreditar.

Tomé quis ter certeza. Você alguma vez quis ter certeza da sua fé?

      Eu acredito na ressurreição mesmo sem ter visto, mas não sem ter entendido. E entendendo que a prova maior de que Cristo venceu a morte é o fato de que o cristianismo continua vivo até hoje. Uma mentira não pode iludir bilhões de pessoas por dois mil anos; acredito porque quando Cristo foi preso e morto, todos os discípulos fugiram com medo, mas depois da ressurreição não tiveram mais medo de nada e foram capazes de morrer por causa daquilo em que acreditavam. Ninguém é capaz de morrer para defender uma mentira. Dos doze apóstolos, (a não ser Judas que traiu Jesus e São João que morreu na prisão com quase 100 anos de idade), dez morreram por afirmarem que Jesus tinha ressuscitado. Isso pode ser uma mentira? Dificilmente. Eis a minha razão de acreditar: a fé da Igreja fundada no testemunho dos apóstolos. Você pode ter a sua razão. Se não tem ainda, procure-a. É essa razão que lhe fará uma pessoa de fé fundada, correta e madura, e não simplesmente simplória, ilusória e infundada.

            Feliz Páscoa a todos!


Pe. Gilberto Antonio Boçon sdP.

quinta-feira, 6 de março de 2014

COMO E PORQUE FAZER JEJUM NA QUARESMA




Caros amigos leitores, neste mês de março iniciamos nossa caminhada quaresmal. A quaresma é um período durante o qual queremos nos preparar para a celebração principal da nossa fé que é a Páscoa do Senhor: paixão (sofrimento), morte e ressurreição de Jesus. Nesse período, a Igreja nos pede para viver com mais intensidade três práticas de fé: o Jejum, a Caridade e a Oração.

Por isso, gostaria de, neste artigo, refletir com vocês sobre a prática do Jejum, pois muitas pessoas têm dúvidas a esse respeito: como fazer, quando fazer, quem precisa fazer, é pecado não fazer... Entre outras questões que surgem.

Bem, em primeiro lugar devemos entender qual o objetivo da prática do jejum. Certamente o objetivo principal não é passar fome ou sofrimento. A privação voluntária do alimento é sempre um sacrifício; todo sacrifício realizado representa a importância que algo tem para nossa vida, ou seja, se estamos nos privando de determinado alimento para cuidar da saúde, é porque entendemos a importância que a saúde tem para nós; se fazemos jejum em preparação a uma celebração importante da fé, é porque entendemos a importância de Deus e de seus ensinamentos para nossa vida.

Em segundo lugar, podemos dizer que o jejum necessariamente não precisa ser feito de alimentos. O jejum pode ser feito pela privação de outra coisa importante. É muito comum homens deixarem as bebidas alcoólicas na Quaresma. Mas seria interessante que unido a isso, o dinheiro economizado com as bebidas fosse destinado à caridade (ajudando alguma família carente), e o tempo economizado fosse dedicado à oração (o tempo que não se vai ao bar para beber poderia ser o tempo usado para rezar e ir à igreja ou para rezar em família). Se isso não acontece, o jejum pelo jejum não tem sentido. Tem sentido unido à caridade e à oração. Caridade que também significa ser mais atencioso com a família, buscando perceber o que precisa ser mudado em nossas atitudes.

Esse é um exemplo. Mas você poderia ser criativo e inventar sua forma de viver essa prática quaresmal.

Poderia privar-se de algumas horas passando mensagens no celular. Seria um jejum de celular. O dinheiro economizado em créditos poderia ser usado para a caridade e o tempo economizado poderia ser usado na oração. Não significa que você vai deixar de usar durante a quaresma, mas significa que você vai privar-se de um tempo usado com coisas fúteis, para pensar em coisas mais profundas.

A forma como o jejum é feito não importa. Se para você o jejum de alimentos é difícil ou impraticável por razão de idade, doença ou trabalho, invente uma forma de viver essa prática. O importante é que você viva a Quaresma e reserve um tempo maior para seu crescimento espiritual: pelo jejum você pensa mais em como melhorar sua vida, pela caridade você pensa em como melhorar sua relação com o próximo, e pela oração você pensa em como melhorar sua relação com Deus.


Não deixe passar essa oportunidade de crescer na fé!



Pe. Gilberto A. Boçon sdP

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

DEUS NÃO ME OUVE...




Diante de situações difíceis da vida podemos nos posicionar de várias formas; uma delas é jogar a culpa em Deus, afirmando que Ele é o culpado de nossa situação; que Ele não escuta minha oração; que quanto mais rezo mais as coisas pioram... e assim por diante.

Será que realmente a culpa é de Deus? Será que Ele não está me ouvindo?

Esse pensamento nos mostra o que esperamos de Deus ou porque o buscamos.

Buscamos a Deus como solução de problemas? Buscamos a Deus para ficar ricos?
Ou buscamos a Deus porque Ele é o sentido da vida, porque pode nos dar forças, porque pode nos iluminar?

Fé não é magia. Deus não é um “resolvedor” automático de problemas. Rezar não é igual apertar um botão: clicou, acendeu.  Se Deus nos criasse pra depois ficar resolvendo nossos problemas, a criação não teria sentido. Ele nos criou pra que pudéssemos nos desenvolver, nos tornar melhores e aplicarmos a inteligência e capacidade que Ele mesmo nos deu. Se algo está errado é sinal de que alguma coisa precisa ser mudada, melhorada. Não adianta desrespeitar todas as leis de trânsito e, depois do acidente, culpar a Deus. É necessário mudar atitudes.

Eu não rezo a Deus para não ter problemas. Rezo para ter forças de enfrenta-los: “no mundo tereis tribulações, mas tende coragem, Eu venci o mundo”, diz Cristo.
Lembro de uma passagem muito forte e significativa da Sagrada Escritura. Nessa passagem Cristo está prestes a ser preso. Está no Jardim das Oliveiras. Sabe que em poucas horas será preso, torturado, morto. Nessa hora se dirige a Deus Pai e lhe diz: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres”. (Mt, 26,39)

Naquele momento não foi possível que o cálice fosse afastado. Naquele momento o sofrimento de Cristo era necessário. Só aquele gesto de entrega por amor seria capaz de trazer a redenção. Só esta prova de amor extremo seria capaz de restaurar a humanidade.
Deus não nos abandona; Ele nos dá capacidade de superar e vencer os momentos difíceis. Dentro de nós está a capacidade de mudança.

Talvez a dificuldade pela qual passamos em determinado momento da vida seja sinal de que existe algo errado em nossas atitudes e que precisa ser revisto, assimilado e mudado

Não precisamos pedir que Deus afaste de nós o sofrimento, a dor. Precisamos pedir que se for possível que o afaste. Se não for possível que eu o assuma. Às vezes a mudança está dentro de nós e está mais perto do que imaginamos. São as feridas que nos tornam mais fortes, mais maduros, melhores. Se eu assumo minhas feridas elas me fazem mudar.


Pe. Gilberto A. Bocon sdP

SOBRE SER LUZ E SABOR






Sábado, dia 09 de fevereiro antes de prepara a homilia para as missas do VI Domingo do Tempo Comum, logo de manhã, estava lendo algumas noticias na internet. Uma noticia em especial me chamou a atenção. A ONU (organização das nações unidas) havia enviado ao vaticano um relatório no qual, entre outras coisas, pedia à Igreja que fosse mais flexível em seu discurso em relação a temas como aborto, contracepção, homossexualismo e divórcio.
Logo em seguida, fui ler o Evangelho deste dia. Neste Evangelho Jesus pedia aos discípulos para serem “sal da terra e luz do mundo”. Isso me levou a refletir como realmente a Igreja deve permanecer firme em seu ensinamento, pois se ela deixar de falar e ensinar aquilo que está no Evangelho de Cristo, ela não vai ser sal nem luz para ninguém; será igual a qualquer outra instituição que procura se adaptar ao momento ou àquilo que o consenso social prega e ensina. Se ela relativizar seu ponto de vista, não estará ensinando nada de novo e não estará sendo uma proposta diferente para os problemas sociais que o mundo de hoje enfrenta. Se o sal perder o gosto não serve para mais nada a não ser jogado fora, diz Cristo. Se a Igreja perder o essencial do sabor do Evangelho ela também não servirá para mais nada.
O diferencial da Igreja é seu ensinamento. Ensinamento que não é nenhuma imposição a ninguém, mas uma proposta. Segue quem quer. . As leis e ensinamentos da Igreja são para serem vividos por quem a aceita e segue livremente acreditando que estão baseados fielmente nas palavras de Cristo e que, por isso, tem proposta de vida plena. Por isso a Igreja tem o direito de falar e ensinar livremente a sua doutrina, pois ela não impõe nenhuma lei que deve ser observada por quem não a segue, embora a Igreja acredite que seu ensinamento é válido para todo ser humano e lute para que essas leis divinas sejam aplicadas também no ambiente social.
Aquele que acredita na Igreja, crê que ela, baseada no Evangelho, tem uma proposta de vida plena, uma proposta que é a resposta para muitos problemas que o ser humano moderno está enfrentando.
Por isso é fundamental um profundo conhecimento do Evangelho e da Doutrina Social e Moral da Igreja.
Se você discorda de algo que a Igreja ensina, procure, antes de criticar, conhecer os dois lados. Nunca se deve fazer um julgamento unilateral.

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Ainda a respeito da reflexão sobre o pedido de sermos “sal da terra e luz do mundo” fui levado a refletir ainda sobre a aplicação deste ensinamento de Cristo na vida pessoal do ser humano, pois todos somos chamados a ser sal e luz para quem convive conosco.
E como é triste ver uma família cujos membros já não são mais sal e luz; cujos membros já não sentem gosto de estar um na presença do outro e quando um já não procura iluminar e mostrar um caminho para o outro.
Como é triste ver uma esposa que já não sente prazer com a presença do esposo, que já não quer sair com o esposo ou dele tem vergonha, ou que já não tem mais gestos de carinho nem dormem mais no mesmo quarto.
Como é triste ver um esposo que já não sente prazer de, depois de um dia cansativo de trabalho, voltar para casa para descansar. Somente encontra problemas e uma esposa que só sabe reclamar de tudo e de todos. Para este esposo é muito melhor ficar no bar na companhia dos amigos do que voltar para casa e se sentir desconfortável e não acolhido.
Como é triste ver pais que já não são mais luz para os filhos; quando são vergonha para eles, quando não conversam, não compreendem, não ouvem
Como é triste ver filhos que são motivo de desgosto para os pais, quando os pais choram de desgosto com um amor infinito guardado no coração e não correspondido. Quando os filhos já não dão mais gosto aos pais, mas somente desgosto.
É sobre isso que Cristo nos chama a refletir: minha família tem gosto de estar na minha presença? Estou sendo uma luz para minha família? Estou amando, compreendendo, escutando, ensinando...? Estou sendo motivo de desgosto e trevas para alguém?

Que a Palavra de Deus sempre nos estimule a crescer e a melhorar!



Pe. Gilberto A. Bocon sdP

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

AMAR O INIMIGO É MAIS FÁCIL DO QUE VOCÊ IMAGINA!




No Evangelho de Mateus 5,44 Jesus afirma: “... amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem...”. Este ensinamento deixado por Cristo “parece” ser uns dos mais difíceis de serem vividos, mas ao mesmo tempo é um dos mais libertadores de toda Sagrada Escritura. Dizia eu que “parece” ser um dos mais difíceis porque muitas vezes achamos ser quase impossível amar um inimigo porque não compreendemos exatamente o que Jesus entende por “amor”. Nossa compreensão sobre o que seja “amor” é diferente do que Jesus compreende.

Frequentemente confundimos “amar” com “gostar”. Gostar é um sentimento; só gostamos de quem nos agrada, de quem nos faz o bem, de quem é simpático. Não gostamos de quem nos desagrada, de quem nos faz o mal, de quem é antipático.

Mas notemos uma coisa fundamental: em nenhum momento Jesus pede para “gostarmos” dos nossos inimigos.

O que isso significa? Significa que podemos amar um inimigo mesmo não gostando dele. “Gostar” e “amar” são duas coisas completamente diferentes.

Jesus nos deixou a maior prova de amor quando morreu pregado na cruz. Naquele momento rezou dizendo: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34). Ele rezou pedindo por aqueles que O estavam matando. Certamente não “gostava” deles, mas os “amava”. Morreu também por eles desejando que mudassem suas atitudes de maldade e injustiça e se tornassem melhores.

Assim também uma mãe que perdeu um filho assassinado pode amar os assassinos de seu filho. Jesus não pede para esta mãe gostar dos assassinos. Pede que esta mãe reze por eles, para que paguem justamente o que fizeram, se arrependam e numa mais façam algo parecido com ninguém. Isso é amor. É uma atitude, não um sentimento.

Essa é a maior experiência de libertação que uma pessoa pode fazer em sua vida. O perdão e o amor nos libertam de mágoas, ressentimentos, ódios... que nos oprimem e fazem sofrer; nos dão serenidade e paz.


Reze por quem te fez o mal; retribua o mal com o bem. Perdoar e amar a quem nos fez o mal não é atitude de humilhação ou rebaixamento; é atitude de maturidade. Faça isso e você verá como as palavras de Cristo lhe farão bem e lhe trarão paz. 



Pe. Gilberto A. Boçon sdP.


* Na imagem acima: O turco Memhmet Ali Agca, que atirou contra o papa João Paulo II em 1981. Ainda no hospital o papa disse: "Rezo pelo irmão que me atingiu, a quem perdoei sinceramente"

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

IMPORTA-SE CONOSCO

Por: Pe. Zezinho



“Duvido que Ele se importe conosco!” – disse aquele prisioneiro, zangado com o fato de que haviam morrido cinco companheiros seus nas celas vizinhas. E concluiu: “-Estamos aqui, abandonados de tudo e de todos. Até Deus se esqueceu de nós. Ele nunca perdoou nosso crime!”
Escutar um homem gritando isso pelos corredores e sua voz ressoando nos nossos ouvidos, dói, dá vontade de voltar lá e, como padre, tentar uma conversa com ele. Mas ele não vai aceitar. Afinal, que explicação teria eu, que acredito em Deus, para uma pessoa que se sente abandonada por Deus? Que frases da Bíblia usarei, se de antemão sei que não vai acreditar nelas. Que pensamentos clássicos da fé usarei, se ele já decidiu que não acredita neles?
O fato é que, sofrendo, machucado na alma, ele acha que Deus não se importa com ele, porque seu sofrimento nunca foi amenizado. Não está sozinho. Muita gente diz isso -”Acho que Deus me jogou aqui e me esqueceu. Ele não se importa com o que acontece comigo.” Aí vem Jesus e diz que devemos olhar os lírios do campo e que devemos procurar, primeiro, o reino de Deus, que o resto nos será dado como acréscimo. Muito mais. Vem Jesus e diz que até os fios de cabelo que estão na nossa cabeça, Deus conhece. Mas, como convencer uma pessoa que Deus se importa conosco e com cada célula de nosso corpo, se acontecem coisas ruins com as pessoas e Ele não interfere?
O mistério do bem e do mal sempre existirá. Quem por acaso, fizer uma leitura acurada do livro de Jó, vai descobrir que o livro se debruça sobre o mistério do sofrimento humano do começo ao fim. Desgraça após desgraça, só no fim é que Jó entende que Deus se importa com ele. Mas durante todo o período de sofrimento, assaltavam-lhe dúvidas cruéis. Era demais para a sua cabeça. Jó é um pouco de todos nós. Quando estamos bem não nos importamos muito com Deus. Quando estamos mal, gostaríamos que Ele se importasse conosco. Como explicar ao ser humano, que o mistério da graça é mistério que se pode tentar entender, mas que não é fácil ? Vivemos cercados de mistérios e um deles é a existência do mal no mundo. O bem nos parece natural que exista. É o mal que dói, sempre além da conta, porque é um mistério que incomoda. Oremos para entender os desafios da vida.


“DEVO ESTAR PAGANDO O PECADO DE ALGUÉM...”






Caros amigos leitores, muitas vezes ouvi pessoas que estão passando por algum sofrimento na vida afirmarem: “devo estar pagando o pecado de alguém”. Certamente você já deve ter ouvido ou até falado algo parecido.

Há uma passagem do Evangelho (Jo 9, 1-3) na qual, diante de um cego de nascença, os discípulos perguntaram a Jesus: "Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?”. Ao que Jesus respondeu: “Nem ele nem seus pais...”

Se ele tivesse pecado para nascer cego, teríamos que admitir a teoria da reencarnação, segundo a qual estamos aqui para pagar pelos pecados de vidas passadas até chegar ao estado de perfeição. Notemos que nesta simples resposta Cristo descarta esta teoria.
Se ele estivesse pagando pelo pecado dos pais, teríamos que admitir a existência de um Deus injusto e vingativo. E não é essa a imagem de Deus que Jesus nos transmite: Deus é um Deus de amor. Quem ama não faz o outro sofrer para pagar nenhum erro; simplesmente ama, compreende, perdoa, dá uma segunda chance.

Por que sofremos, então? Bem, aqui a resposta é bem mais complexa. Talvez não tenhamos sequer uma resposta satisfatória. Mas uma coisa é certa: Deus não manda sofrimento para ninguém como castigo.

Os sofrimentos, a dor, a morte fazem parte do nosso ser corporal e limitado; não somos “deuses” para podermos ser perfeitos.

Existem sofrimentos que fazem parte da nossa existência corporal; existem sofrimentos que são causados pela maldade de outros seres humanos; existem sofrimentos que podem ser evitados; existem sofrimentos que não podem ser evitados.

Por que? Não há um porque. O mundo limitado, finito e em evolução no qual vivemos é assim.

O que podemos fazer é procurar agir bem em nossas atitudes de modo que não sejamos causa de dor e sofrimento para ninguém; agir de maneira a sanar a dor e o sofrimento alheio através de atitudes de caridade e solidariedade; aceitar as dores e sofrimentos que não podemos evitar, de maneira a aprender, crescer, amadurecer e nos tornar pessoas melhores, mais compreensivas e amáveis; estar ao lado de quem sofre oferecendo não explicações, mas a presença e a ajuda necessária.


Talvez hoje não compreendamos muitas coisas que se passam conosco. Mas façamos como Jesus no Jardim das Oliveiras pouco antes de ser preso: “Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que eu o beba, seja feita a tua vontade!” (Mt 26, 42). Esta oração nos liberta e nos dá serenidade para mudar o que pode ser mudado e aceitar o que não pode ser mudado.


Pe. Gilberto A. Boçon sdP.